Adubação de soqueira recupera canaviais após o período de seca
A utilização de implementos adequados otimiza a aplicação de fertilizantes, viabilizando o uso de nitrogênio que tem a ureia como base
É hora de planejar a adoção de medidas voltadas à recuperação do tempo perdido pelas plantações de cana em relação ao crescimento. Muitas delas não tiveram o desenvolvimento adequado nos últimos meses devido à escassez de chuvas. Com o término do período predominante seco – que costuma ocorrer em outubro –, usinas e produtores devem realizar a adubação de soqueira visando a recuperação dos canaviais, recomenda o engenheiro agrônomo Auro Pereira Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas.
A obtenção de bons resultados dessa operação depende, entre outros fatores, de condições climáticas favoráveis. A adubação de soqueira requer umidade para que ocorra um bom aproveitamento dos nutrientes pelas lavouras. A cana tem dificuldade de absorver o adubo com o tempo muito seco. Além disso, a otimização do uso de fertilizantes exige a utilização de equipamentos de qualidade, não defasados, que apresentam uma performance eficiente.
A realização da adubação de soqueira, na época certa e de maneira correta, não se restringe apenas a criar boas condições para a retomada de crescimento do canavial após o período seco. “O adubo bem aplicado aumenta a produtividade e a longevidade do canavial e, consequentemente, reduz o custo de produção”, ressalta Auro Pardinho.
A diminuição do desperdício na utilização de insumos das lavouras de cana é inclusive um dos grandes desafios de usinas e produtores, que estão sempre buscando a melhoria da eficiência das operações agrícolas. No caso da adubação de soqueira, o desafio é aplicar o fertilizante na dosagem indicada e no lugar certo, ou seja, ao lado das linhas da cana exatamente onde cresce o sistema radicular. Mas, para obter esse resultado em áreas com colheita mecanizada de cana crua, é preciso “driblar” a camada de palha que forma um colchão no solo e dificulta a absorção dos fertilizantes pela planta.
O mercado fornecedor de equipamentos disponibiliza soluções eficientes, que apresentam alta performance na adubação de soqueira. Os grandes destaques, entre os implementos voltados para essa operação, são os adubadores de disco 1250 H e o 2300 A – fabricados pela DMB –, que cortam a palha e colocam o fertilizante em uma determinada profundidade junto às linhas da cana. “O adubo é aplicado onde está a raiz da planta. É como dar comida na boca”, costuma dizer Auro Pardinho.
O adubador 1250 H distribui o fertilizante em duas linhas. O 2300 A faz a aplicação do adubo em três linhas simultaneamente e possui uma maior capacidade de adubação, sendo indicado – observa o gerente de marketing da DMB – para áreas maiores. O depósito desse adubador tem capacidade para 2300 litros de adubo. Os dois implementos têm ainda a versão para adubação em profundidade das soqueiras da cana-de-açúcar em áreas com espaçamento combinado de 0,90 x 1,50 m.
Aplicação de nitrogênio – Uma das grandes vantagens da utilização dos adubadores de disco é a possibilidade de usinas e produtores trabalharem com fonte nitrogenada que tenha a ureia como base. “Quando se aplica o adubo por cima da palha a fonte nitrogenada precisa ser obrigatoriamente nitrato, porque não apresenta problema de perdas por volatilização. Porém, o nitrato é sempre mais caro e, às vezes, mais difícil de ser encontrado”, comenta Auro Pardinho.
A perda de nitrogênio com base em ureia, caso seja lançado sobre a palha, é considerado um dos maiores problemas da adubação em canaviais onde ocorre o corte mecanizado. Estudos comprovam inclusive que há um desperdício significativo de nutrientes, nesses casos, por causa da volatilização.
Para ser bem aproveitada e absorvida pela planta, a ureia – que tem menor preço – precisa ser enterrada para ser protegida. Esses implementos de disco que enterram adubo, como o 1250 H e o 2300 A, viabilizam a utilização da ureia em áreas de cana com a presença de palha.
Fonte: Nova cana