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As mulheres assumem o negócio

As mulheres assumem o negócio

É crescente o número de mulheres que dão continuidade aos negócios da família, agregando um ingrediente a mais ao tema sucessão familiar

Leonardo Ruiz

“Quem dará continuidade ao meu legado?” Fundada geralmente pelo patriarca, com objetivo maior de suprir a necessidade financeira, a empresa de perfil familiar representa mais de 90% dos negócios no Brasil, segundo dados divulgados pelo Sebrae. Pensar na sucessão é pensar na sobrevivência desse negócio.

O assunto é complexo e, às vezes, até traumático. Mas, por mais delicado que seja, deve ser tratado com maturidade. Planejar a sucessão familiar ainda em vida garantirá o perpetuamento do patrimônio e impedirá que outros tomem decisões por você.

A consultora da Markestrat e especialista das áreas de governança e sucessão familiar, Júlia CavalheriTittoto, explica que, por ser um tema delicado, a maioria dos produtores rurais prefere deixá-lo em segundo plano a fim de, primeiramente, dar atenção à problemas “mais urgentes”. “Entretanto, chega uma hora que não dá mais para postergar e uma questão que lá atrás era pequena - e que poderia facilmente ser contornada - acaba tomando enormes proporções.”

O sócio da Markestrat e especialista no desenvolvimento de empresas familiares, Fábio MatuokaMizumoto, dá dicas sobre como se planejar para que a sucessão seja feita da forma menos traumática possível. O primeiro passo é entender a dinâmica da família e identificar o real interesse dos sucessores em tocar o negócio - o Sebrae aponta que a insistência com familiares que não se identificam tende a levar o negócio ao fracasso no curto prazo. Atualmente, mais de 70% das empresas não resistem à segunda geração.

Em caso de interessados dentro da família – geralmente os filhos – a estratégia de continuidade deve ser definida. “Sugere-se a elaboração de um plano de sucessão, com preparo prévio dos interessados nos aspectos técnicos e gerenciais.”

Procurar um advogado para entender os direitos da família também é preponderante para o sucesso da transição. “É preciso, por exemplo, saber como o regime de casamento impactará na sucessão patrimonial, além de obter conhecimento sobre o inventário e o papel do testamento”, explica Mizumoto.

Ele conta que a maioria das pessoas tem medo de dar início a esse planejamento, pois acreditam que, caso o façam, irão morrer em seguida. “A ideia de conversar sobre o assunto não significa que ele irá acontecer logo. O importante é planejar para que, quando chegar a hora, tudo já esteja estudado, conversado e com as expectativas alinhadas.”

 


Fonte: CanaOnline

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