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Aumento da estimativa de moagem de cana no Nordeste eleva confiança de produtores

Aumento da estimativa de moagem de cana no Nordeste eleva confiança de produtores

Após anos consecutivos de seca e queda na produção de cana-de-açúcar na região Nordeste do Brasil, os produtores da região comemoram as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2018/19.

Em comparação com a de 2017/18, no Nordeste, assim como em outras regiões do País, a expectativa é positiva. No estado de Pernambuco, por exemplo, as chuvas têm proporcionado um clima favorável para a renovação das lavouras, o que contribui para aumentar o rendimento e, consequentemente, a produtividade.

Na região nordestina é esperada uma produção de 42,29 milhões de toneladas no período – na safra passada foram 41,14 milhões de toneladas. Para o presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Alexandre Lima, as chuvas ajudaram no desempenho da região.

“Nós passamos por um período de três anos de seca. Este ano estamos muito favorecidos pela questão climática. Como tivemos um período chuvoso intenso, eu diria que a produção e colheita terão um resultado espetacular”, ressaltou em entrevista ao portal Governo do Brasil.

“A realidade deste ano é bem diferente da que tivemos em anos anteriores. A expectativa é de um aumento entre 10 a 12% na produção”, comemora o produtor Paulo Giovanni.

Em Pernambuco, de acordo com a Conab, deve haver um aumento de 7,8% no volume total de cana-de-açúcar a ser processada em relação à safra passada, com previsão de aproximadamente 12,3 milhões de toneladas a serem colhidas.

Esperança
O produtor de cana Paulo Giovanni, de Pernambuco, prevê um aumento de 12% em sua produção. Hoje, Giovanni emprega 112 pessoas na área de plantio, número que deve quase dobrar na época da colheita.

“A realidade deste ano é bem diferente da que tivemos em anos anteriores. Após alguns anos com chuvas abaixo da média, tivemos uma quantidade regular e bem distribuída. Estamos todos comemorando. A expectativa é de um aumento entre 10% e 12% na produção”, comemora. De acordo com ele, sua produtividade nessa safra ficará em torno de 55 e 60 toneladas por hectare.

Segundo o presidente da Feplana, em Alagoas, estado nordestino mais afetado pela seca, a previsão também é otimista, de recuperação do plantio e da produtividade. “Esse estado tinha um bom patamar de moagem, mas nos últimos anos não vinha muito bem. Agora está se recuperando”, explicou. A Paraíba também apresenta previsões favoráveis para as condições climáticas em relação aos últimos cinco anos.

Desempenho positivo
Estados de outras regiões do País também tiveram um bom desempenho. Na região Sudeste, por exemplo, Minas Gerais terá um incremento de 2,1% na área de cultivo, em comparação com a safra anterior.

Em Mato Grosso do Sul, a expectativa é que o mercado continue aquecido. Goiás também vem aumentando sua importância no cenário nacional da cultura de cana-de-açúcar. A melhora esperada na produção é superior à safra passada, em cerca de 0,7%, chegando a uma produção de 71.135,7 toneladas do produto.

No Espírito Santo, é esperado um aumento de 6,2% na produtividade, em relação ao fechamento da safra 2017/18. Em estados como Mato Grosso do Sul e Paraná, o resultado também é favorável e creditado ao período chuvoso.

Produtor mundial
O Brasil é o país que mais produz cana-de-açúcar no mundo, o que traz grande importância para o agronegócio brasileiro. A área desse produto a ser colhida no País, destinada à atividade sucroalcooleira nesta safra, deverá atingir 8.613,6 hectares. A produção deverá ter uma queda de 1,2% e chegar a 625,96 milhões de toneladas na safra atual, contra 633,26 milhões de toneladas na safra passada.

De acordo com a Conab, o cenário nacional de queda ocorre, entre outros fatores, devido à devolução de terras arrendadas, à rescisão de contratos com fornecedores, que também contribuiu para a redução dos índices já sinalizados no fechamento da safra anterior, e ao envelhecimento das lavouras.

Demanda de etanol
Considerada uma das grandes alternativas para o setor de biocombustíveis, a cana-de-açúcar tem grande potencial na produção de etanol. A expectativa é que, nesse primeiro levantamento da safra 2018/19, a produção brasileira seja de 28,16 bilhões de litros, aumento de 1,4% em relação à safra passada, que atingiu 27,76 bilhões de litros.

Para o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana-de-açúcar (Unida), José Inácio, o congelamento do preço da gasolina em governos anteriores, que levou a quase quebrar a Petrobras, fez também com que várias usinas fechassem e outras entrassem em recuperação judicial, o que afetou negativamente todo o setor nos últimos anos.

No entanto, desde que a atual política de preços da petroleira mudou, com o petróleo e a gasolina em valores reais, ele acredita que há também um aumento na expectativa de ganho e, consequentemente, incremento do setor.

“Como a demanda do etanol está crescendo, devido ao preço do petróleo e da gasolina, a tendência é de recuperação do setor. A esperança é grande, e os produtores estão confiantes”, destacou. Um fator favorável é o melhor fluxo de comercialização que o etanol tem frente ao açúcar.

Aumento da produção
Com a queda nos preços internacionais de açúcar e o fato de o mercado interno ter se tornado um pouco mais favorável para o etanol, a Conab indica que o Brasil deverá produzir mais esse biocombustível. Comparativamente à safra anterior, a estimativa realizada para a produção do etanol anidro prevê um aumento na oferta de 7%, saindo de 11,09 bilhões de litros para 11,86 bilhões de litros. Já a produção de etanol hidratado deverá ser de 16,3 bilhões de litros.

A versão hidratada é mais vendida nos postos de gasolina e possui em sua composição entre 95,1% e 96% de etanol, o restante é composto de água. Já o anidro é o misturado à gasolina e possui pelo menos 99,6% de graduação alcoólica, sendo praticamente etanol puro. O aumento da demanda mundial pelo biocombustível, aliado às grandes áreas cultiváveis e condições climáticas favoráveis à cana-de-açúcar, também tornam o Brasil um país importante para a exportação dessa commodity.

Com informações de Conab, Feplana e União Nordestina dos Produtores de Cana

 

Fonte: Governo Federal

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