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Barreira química é técnica essencial para controle de Cupins, Migdolus e Sphenophorus levis

Barreira química é técnica essencial para controle de Cupins, Migdolus e Sphenophorus levis

O emprego dessa técnica desempenha ainda um papel preventivo no controle das pragas

Barreira química é técnica essencial para controle de Cupins, Migdolus e Sphenophorus levis

Distribuição de formas biológicas de migdolus no perfil do solo. Fonte: Arquivo Enrico Arrigoni

Para o controle de pragas de solo, uma das soluções mais adotadas é o sistema de barreiras químicas, que tem apresentado resultados bastante satisfatórios, principalmente quando aplicado de forma correta e visando o controle de cupins, Migdolus e Sphenophorus levis.

O engenheiro agrônomo Enrico Arrigoni, consultor do Dr. Cana, explica que esse sistema consiste em impedir ou limitar o acesso das pragas às plantas, ou partes destas de interesse econômico, por meio de camadas de inseticidas ou barreiras aplicadas. O emprego dessa técnica desempenha ainda um papel preventivo no controle das pragas. “Nesse caso, cumpre a mesma função do inseticida que é aplicado no alicerce de uma casa, na construção civil, com o objetivo de evitar o ataque de cupins a móveis, portas e até mesmo a estruturas de madeiras da residência”, compara.

Atualmente, o controle de cupins por meio de barreira química é o exemplo mais conhecido no setor canavieiro nacional. É realizado mediante a aplicação de calda de inseticida sobre os toletes distribuídos no sulco de plantio, atingindo as bordas dos sulcos abertos e cobrindo os toletes com o solo tratado com inseticida. A barreira é formada pelo solo pulverizado, protegendo os toletes e as bases de colmos.

Para o controle de Migdolus, a barreira química pode ser usada tanto no preparo do solo quanto no sulco de plantio. Na primeira, a técnica consiste em aplicar inseticidas em doses elevadas e na maior profundidade possível visando: criação de uma camada com elevada concentração de ingrediente ativo e com longo residual; proteção do sistema radicular presente até a camada inseticida aplicada; proteção das soqueiras, impedindo que a larva atinja as bases de colmos; e controle dos adultos nas próximas revoadas do ano de preparo.

Arrigoni alerta que é imprescindível um planejamento bem feito e avaliação da qualidade das operações, visto que novas oportunidades podem ocorrer somente na próxima reforma. Ainda segundo ele, não se tem a confirmação que há controle nas revoadas que ocorrem nos anos seguintes, mas pode ocorrer em função do residual do inseticida e dose utilizados.

Quando utilizada no sulco de plantio, a técnica de barreira química para o controle de Migdolus consiste em aplicar inseticidas em doses elevadas sobre as mudas já distribuídas no sulco, em operação conjunta ou não com a cobrição, permitindo uma redução das chances das larvas de Migdolus danificarem as bases de colmos e criando a possibilidade de controle até o terceiro ano após o plantio.

“Caso não tenha sido feito o controle no preparo de solo - ou não tenha sido bem feito -, a aplicação no sulco apresenta-se como a segunda melhor alternativa. Dependendo da época de plantio, torna-se a única opção. Lembrando, porém, que não existe melhoria de performance se a aplicação for feita no sulco nas áreas que receberam o inseticida no preparo do solo”, observa o consultor do Dr. Cana.

A barreira química também tem sido uma das apostas para combater o Sphenophorus levis, podendo ser usada no sulco de plantio e na base de brotos, perfilhos e colmos. No primeiro caso, a proteção dos toletes ou rebolos deverá ocorrer pela ação sistêmica do produto ou pela contaminação de adultos que se abriguem no solo, próximos aos brotos da cana. “Os melhores resultados são obtidos em áreas com altas infestações de adultos, quando a eliminação mecânica de soqueiras não foi executada - ou foi mal executada. Lembrando que a aplicação deve ser dirigida também às bordas do sulco, não somente ao centro”, destaca Arrigoni.

Já as aplicações na base de brotos, perfilhos e colmos reduz a possibilidade de fêmeas realizarem a ovoposição nestes locais, seja pela repelência ou pela intoxicação de adultos. Os produtos que possuem ação sistêmica controlam as larvas neonatas quando as fêmeas conseguem efetuar a ovoposição. Enrico Arrigoni afirma que as aplicações devem ser dirigidas às bases com o bico ‘cone cheio’. “No caso da aplicação na base dos colmos, devem ser utilizados trâmpulos ou similares, com pingentes.”

 


Fonte: CanaOnline

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