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Bunge e BP anunciam criação de joint venture para negócios de açúcar e etanol no Brasil

Bunge e BP anunciam criação de joint venture para negócios de açúcar e etanol no Brasil

Conforme adiantado na segunda semana de julho, a Bunge anunciou hoje (22) um acordo com a BP para constituição de uma joint venture que resultará na criação de uma líder em bioenergia. Cada empresa terá 50% de participação nos negócios de produção de açúcar e etanol da BP e da Bunge no Brasil.

A Bunge receberá pela operação o valor de US$ 775 milhões, composto de US$ 700 milhões relativos à dívida sem recurso da Bunge a ser assumida pela joint venture no fechamento da operação, além de US$ 75 milhões da BP, sujeito a condições habituais de fechamento.

Segundo comunicado da Bunge, o valor será utilizado para reduzir o endividamento já existente. Além disso, o acordo deve dar continuidade à estratégia da Bunge de otimização de portfólio.

 

“Essa parceria com a BP representa um marco importante no processo de otimização de portfólio da Bunge, o qual nos permitirá reduzir nossa atual exposição ao negócio de açúcar e bioenergia, fortalecer nosso balanço patrimonial e focar em nossas principais atividades”, disse o CEO global da Bunge Gregory A. Heckman. “Temos na BP um parceiro forte e comprometido, assim como flexibilidade no médio e longo prazos para monetização futura, com potencial de saída total via oferta pública inicial (IPO) ou outra rota estratégica”.

A Bunge ainda informa que a joint venture operará independentemente. Assim, no fechamento da operação, a Bunge não mais consolidará suas operações de açúcar e bioenergia no Brasil em suas demonstrações financeiras consolidadas.

A joint venture, que será chamada de BP Bunge Bioenergia, operará independentemente, com um total de 11 usinas localizadas nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste do Brasil. Com 32 milhões de toneladas de capacidade de moagem combinada por ano, a joint venture terá a flexibilidade de produzir um mix de etanol e açúcar, além de gerar eletricidade renovável a partir de bagaço de cana-de-açúcar, por meio de suas unidades de cogeração, para sustentar todas as suas unidades e vender a eletricidade excedente à rede elétrica brasileira.

Ainda conforme comunicado, os ativos da BP e da Bunge são “amplamente complementares”, com unidades em cinco estados brasileiros, incluindo três na região-chave de São Paulo. O negócio combinado se tornará o segundo maior player da indústria no Brasil, em capacidade efetiva de moagem.

O diretor executivo da BP Alternative Energy, Dev Sanyal, também comemorou o acordo. “Biocombustíveis desempenham um papel fundamental na transição energética e o Brasil é líder no desenvolvimento desse setor em escala. Este importante passo permitirá à BP aumentar significativamente a escala, a eficiência e a flexibilidade de nosso negócio em um dos mercados de biocombustíveis que mais crescem no mundo”, afirma e complementa: “Com um compromisso conjunto com a segurança e a sustentabilidade, unir nossos ativos e experiência possibilitará melhorar o desempenho, desenvolver opções de crescimento e gerar valor real. A BP Bunge Bioenergia estará bem posicionada para apoiar a crescente demanda do Brasil por biocombustíveis e bioeletricidade de baixo carbono”.

Após a conclusão, o objetivo é que a BP Bunge Bioenergia gere “significativas sinergias operacionais e financeiras”, inclusive por meio de eficiências de escala e aplicação de melhores práticas, otimização de tecnologias e capacidades operacionais em todos os ativos do negócio.

A nova empresa deve ter sede em São Paulo. Mario Lindenhayn, da BP, será o presidente executivo e Geovane Consul, da Bunge, será o diretor executivo (CEO). A BP e a Bunge terão igual representação no Conselho de Administração.

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