Caminhões pipa com canhões automatizados e softwares de ponta integram a estrutura da Raízen para prevenção e combate a incêndios
Até 2017, o grupo focava suas ações no “pós-fogo”. No entanto, nos últimos três anos, começou a investir na prevenção dos focos
Leonardo Ruiz
Com 1,3 milhão de hectares de área agrícola cultivada, a Raízen investe pesado para prevenir e combater os incêndios em canaviais, que podem causar um dano devastador à produtividade das áreas e à rentabilidade do negócio. Na última terça-feira (14), a companhia, com apoio da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e do Instituto Agronômico (IAC), realizou o Webinar “Prevenção e Combate a Incêndios em Canaviais”, que teve como objetivo discutir os melhores métodos de prevenção e combate, o posicionamento do setor frente ao período de estiagem, os impactos ambientais para a cadeia produtiva e a segurança dos brigadistas.
A quantidade de incêndios cresce a cada ano e dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que a ocorrência de incêndios em canaviais paulistas disparou nos primeiros dias de setembro. Apenas nos primeiros nove dias deste mês, ocorreram 920 focos em lavouras de cana no Estado, número 47% maior que os 624 do mesmo período de 2020. Resultado da maior estiagem dos últimos 91, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e das geadas que ocorreram nos meses de junho e julho.
Durante o evento, o gerente agrícola da Raízen, Rodrigo Morales, contou que, até 2017, o grupo focava suas ações no “pós-fogo”. No entanto, nos últimos três anos, começou a investir na prevenção dos focos. “Por meio de diversas estações meteorológicas espalhadas por praticamente todas nossas fazendas, conseguimos monitorar as chuvas. Dessa forma, é possível perceber, por exemplo, se estamos entrando num período mais seco antes mesmo do previsto, como aconteceu este ano.”
Outra importante ferramenta para o monitoramento dos focos é o chamado “triângulo de fogo”, que mede a umidade relativa do ar, a temperatura e a velocidade do vento. “Os dois primeiros itens nos mostram qual área está mais propensa a registrar um incêndio. Já o terceiro indica com qual velocidade aquele fogo se alastraria pela lavoura. Com base nesses dados, deslocamos as equipes para essas regiões a fim de estarem de prontidão ao menor sinal de fumaça.”
Visando melhorar ainda mais esse tempo de resposta, a Raízen conta também com três satélites que fornecem imagens atualizadas a cada cinco minutos. “Ao identificar algum possível foco, eles geram um alerta para que possamos enviar uma equipe a fim de verificar a existência ou não de fogo.”
Com relação a estrutura, a Raízen possui 173 caminhões pipa com canhões automatizados. “De dentro da cabine, os brigadistas conseguem controlar o equipamento. Dessa forma, melhoramos a segurança dos profissionais, que não precisarão mais estar em cima dos veículos para realizar o combate.”
Fonte: CanaOnline