Canavial velho não é problema, o problema é se tiver baixa produtividade
Renovar menos e ter alta produtividade dos canaviais por vários cortes deve ser o foco do setor
Uma das principais preocupações do setor sucroenergético nacional é o envelhecimento dos canaviais. Por falta de investimento, as taxas de renovação atuais giram em torno de 12%, valor muito aquém do ideal.
Mas para especialistas da área, canavial envelhecido não deveria ser sinônimo de baixa produtividade, o correto é renovar menos e aumentar a produtividade das soqueiras, para que elas produzam bem, mesmo em idades avançadas. É o que acontece na fazenda Belo Horizonte, em Jaboticabal, SP, com média de renovação inferior à 4%. A redução da renovação ocorre não devido a falta de investimento, mas em decorrência da alta produtividade em canaviais já com vários cortes, a média da fazenda é de 110 toneladas de cana por hectare e há áreas com canavial já com mais de 10 cortes, com produtividade de 90 toneladas.
O que acontece na Belo Horizonte deveria ser a realidade de grande parte do setor. Para isso, é fundamental a adoção de boas práticas, atenção constante, foco na produção e investimentos em novas tecnologias. Para o gerente de desenvolvimento de mercado da FMC, Leonardo Brusantin, o uso de bioestimulantes, é uma das possibilidades. "O controle eficiente de plantas daninhas, pragas e nematoides também é preponderante para manter a produtividade em patamares altos mesmo com canaviais mais velhos."
Segundo ele, um estudo conduzido pela FMC buscou analisar o quanto a adoção de tecnologia por parte dos profissionais do setor pode agregar em produtividade e rentabilidade.Foi constatado que ganhos de 15% em produtividade podem trazer até 70% de aumento de rentabilidade. "Essa análise é muito importante. Não devemos pensar apenas em quanto vou investir. Mas também em quanto terei de retorno desse investimento. Mas, para isso, preciso fazer bem-feito. Caso contrário, não terá retorno algum."
Fonte: CanaOnline