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A crise reduziu drasticamente a prática de renovação dos canaviais, o índice indicado para renovação anual, é em torno de 20%, mas a média do setor caiu para 8%. O alto custo da operação, aliado ao caixa em vermelho de muitas usinas e produtores, tem desestimulado o setor a renovar as áreas. Segundo a Consultoria Canaplan, o custo de plantio de cana por hectare varia de acordo com as operações realizadas na fundação do canavial e com os insumos utilizados, no entanto os valores médios do Centro/Sul permanecem entre R$ 6.000,00 e 7.000,00 por hectare.

Para Paulo Roberto Artioli, diretor da Agrícola Tecnocana, de Macatuba, SP, o alto custo é muito em decorrência da baixa eficiência do plantio mecanizado. Artioli salienta que culpam muito as plantadoras de cana, mas o problema começa com a colhedora de cana, que não está preparada para a colheita de mudas. “Para colher as mudas, é adaptado na colhedora o kit de emborrachamento, mas mesmo assim as gemas são danificadas”, afirma o produtor.

O Produtor lembra que, quando o sistema era manual, eram necessárias, em geral, de dez a 12 toneladas de toletes para plantar um hectare. Com a introdução do plantio mecanizado, verificou-se que eram necessárias de 16 a vinte toneladas de toletes para a obtenção dos mesmos resultados. Dessa forma, tal situação representa um sensível aumento de custos.

Uma das principais razões para a necessidade do elevado número de toletes no plantio é que as gemas neles presentes são muito sensíveis, fáceis de serem danificadas, o que ocorre frequentemente durante todo o processo. Artioli ressalta que mesmo a colheita da muda sendo realizada por colhedora de cana-de-açúcar adaptada com kit de emborrachamento, muitos toletes têm as gemas danificadas. Logo depois da colheita, esses toletes sofrem nova agressão em sua passagem para os veículos de transbordo que vão levá-los para o local de plantio. E novamente passam por outra agressão ao serem despejados nas plantadoras.

Dessa forma, a alternativa tem sido aumentar a quantidade de toletes por hectare, a fim de tentar compensar, ao menos em parte, a esperada perda de gemas viáveis. “ É um absurdo utilizar cerca de 20 toneladas de cana por hectare. Estamos jogando dinheiro no sulco”, salienta Artioli.

Fonte: CanaOnline