Corolla mistura eletricidade e etanol para gastar menos
A estreia do novo Toyota Corolla repete um feito raro na indústria automotiva nacional. O carro apresenta uma tecnologia nova ao mundo, algo que aconteceu pela última vez em 2003, quando os automóveis flex foram lançados.
O sedã produzido em Indaiatuba (interior de São Paulo) é o primeiro carro híbrido flex do planeta, capaz de rodar com etanol, gasolina e eletricidade. Essa opção está disponível na configuração Altis, que custa a partir de R$ 125 mil.
O modelo foi apresentado no Guarujá, litoral sul de São Paulo. A primeira boa impressão veio ao assumir o volante e ajustar o assento do motorista. O banco parece mais confortável que antes e a cabine não parece mais uma herança dos anos 1990. Bem-vindo ao século 21, Corolla.
As dimensões foram mantidas, mas a nova plataforma do sedã permite melhor aproveitamento do espaço interno. Quem viaja no banco traseiro tem folga para as pernas, mas não dispõe de saída de ar-condicionado.
Ao pressionar o botão de partida, a luz verde "EV", sigla para "Electric Vehicle", se acende no painel digital do Corolla Hybrid. Não há queima de combustível nesse momento: o silêncio elétrico prevalece até o carro ganhar a rua.
Ao acelerar forte, o motor 1.8 flex entra em atividade e a lâmpada verde se apaga momentaneamente.
“Quando está no modo híbrido e rodando na cidade, é a eletricidade que move o Corolla em cerca de 60% do tempo de uso”, diz Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota do Brasil.
Os motores também podem trabalhar em conjunto, condição em que disponibilizam 123 cv de potência.
Ao frear, parte da energia gerada serve para recarregar a bateria instalada sob o banco traseiro. É uma peça retangular com cerca de um metro de comprimento, bem menor do que as usadas em carros 100% elétricos.
O teste segue por aproximadamente 20 quilômetros e logo se esquece da tecnologia. O Corolla híbrido deve ser usado como um carro convencional, sem preocupações com tomadas. São o motor a combustão e as desacelerações que fazem as recargas. O câmbio é automático do tipo CVT, não há troca de marchas.
Até dá para pressionar um botão no painel e deixar o carro rodar apenas no modo elétrico. Contudo, a autonomia será de apenas dois quilômetros nessa condição.
Após o teste, o computador de bordo marca o consumo de 16,1 km/l com etanol, que só foi possível devido ao uso da eletricidade. Em condição semelhante, a geração passada do Corolla 1.8 flex, que não era híbrido, registrou a marca de 9 km/l com álcool, segundo o Instituto Mauá de Tecnologia.
Além da versão Hybrid, o novo sedã é vendido na opção 2.0. O novo motor tem 177 cv, um ganho de 15% na potência em relação ao 2.0 anterior.
A opção mais em conta, GLI, custa R$ 100 mil e traz sete airbags, ar-condicionado, direção com assistência elétrica e sistema multimídia.
Logo acima está o Corolla XEI (R$ 111 mil), que tem forração de couro, rodas de 17 polegadas e partida por botão.
O Altis, que pode ser híbrido ou 2.0, vem com painel digital, sistema de frenagem automática e câmera que identifica as faixas do asfalto e as bordas das vias. Se o motorista ameaçar invadir a pista ao lado ou o acostamento sem dar seta, o carro emite um alerta e faz o volante vibrar.
Eduardo Sodré
Fonte: Nova Cana