Corte de emissões pode vir de cidades com menos de 100 habitantes
Para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus Célsius, as megacidades do mundo devem agir para alcançar o pico de suas emissões em 2020 e, em seguida, reduzir pela metade as emissões de carbono de cada cidadão em uma década, passando da atual média de 5 toneladas de CO2e per capita para 3 toneladas de CO2e per capita em 2030. Esta é uma das conclusões do documento Deadline 2020: Como As Cidades Farão o Trabalho, lançado durante a Cúpula dos Prefeitos do C40, que está sendo realizada na Cidade do México.
De acordo com o estudo, se todas as cidades de 100.000 pessoas ou mais agirem sobre as recomendações do relatório, o mundo chegará a 40% das reduções de emissões necessárias para evitar um aquecimento global catastrófico. O relatório também mostra que, para alcançar este objetivo, são necessários cerca de 375 bilhões de dólares em investimentos em infra-estrutura de baixo carbono nas cidades do C40 ao longo dos próximos quatro anos – investimentos que transformarão e melhorarão economias inteiras através da criação de emprego e da melhora da infra-estrutura, da saúde pública e da qualidade de vida.
O relatório completo pode ser encontrado on-line, no entanto, as principais recomendações incluem:
• Acelerar a ação: 11.000 ações já estão em andamento nas cidades do C40. Dentro de quatro anos, 14.000 ações adicionais estarão em curso pelas cidades do C40, de planejamento e etapas-piloto a iniciativas completas transformadoras em toda a cidade.
• Foco em setores de trânsito e da construção: realizar tais ações e garantir que 54% estejam em uma escala de transformação em toda a cidade até 2020 é essencial para alcançar zero emissões até 2050.
• O planejamento urbano inteligente pode fazer a diferença: o desenvolvimento de cidades compactas, conectadas e coordenadas permite economias significativas em emissões indiretas e evita a estagnação nas elevadas emissões das infra-estruturas ineficientes.
• Parcerias e a colaboração dentro das cidades serão fundamentais para atender o caminho da ação de 2020, mas não serão suficientes. As cidades devem trabalhar para além das fronteiras administrativas, colaborando com atores regionais e nacionais, ainda mais para garantir que a infra-estrutura nacional e internacional que atende também sejam transformadas para atender às metas futuras.
“Para o mundo atingir os objetivos do Acordo de Paris, as cidades e seus prefeitos devem liderar o caminho – e já o fazem porque compreendem os principais benefícios econômicos e de saúde pública de lutar contra as mudanças climáticas.
O novo relatório do C40 ajudará a acelerar esse trabalho e a compartilhar as experiências bem sucedidas com mais cidades ao redor do mundo “, disse Michael R. Bloomberg, Presidente do Conselho do C40 e Enviado da ONU para Cidades e Mudanças Climáticas. Durante o encontro, ele anunciou um compromisso conjunto de 40 milhões de dólares ao longo de quatro anos da Bloomberg Philanthropies, da Children’s Investment Fund Foundation e Realdania com o C40 para destacar a importância das cidades na realização dos objetivos do Acordo de Paris e para financiar o trabalho crítico a ser alcançado até 2020.
“As cidades estão assumindo o desafio climático, colaborando entre si, trabalhando juntas, criando uma rede acima e além das diferenças nacionais e culturais”, disse a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que assumiu oficialmente como presidente do C40 durante a Cúpula. “Precisamos de atrair cidadãos e o setor privado. Temos de chegar aos líderes das finanças globais para que se juntem a nós na mudança energética e ambiental para um mundo com clima seguro”. Hidalgo sucede o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que durante seu mandato ampliou de 66 para 90 suas cidades membros, criou o Financing Facility C40 para apoiar cidades em desenvolvimento – que agora são maioria no C40 – e levou as cidades à vanguarda das negociações climáticas importantes, através do que o prefeito Paes chamada “diplomacia das cidades”. “Eu não poderia estar mais orgulhoso do que o C40 alcançou ao longo dos últimos três anos”, disse o prefeito Paes. “Estou particularmente honrado que no meu último dia como presidente do C40, fomos capazes de acolher quatro novas cidades para a nossa comunidade, incluindo três em desenvolvimento. Agora mais do que nunca, o mundo em desenvolvimento precisa ser ouvido e considerado na luta para o clima “.
Durante a Cúpula do C40, quatro novas cidades se tornaram membros da organização: Dakar, Kuala Lumpur, Medellín e Montreal. Essas cidades representam quatro continentes diferentes e oficialmente elevam a 90 o número de cidades do C40.
Fonte: Setor Energético