Cultivo mínimo na cultura do amendoim reduz custos e aumenta a produtividade
O cultivo mínimo é uma técnica conservacionista e que, a longo prazo, tende a ser muito benéfica para o produtor.
“Não existe como fazer agricultura sem ter a devida atenção no controle de custos”. Essa afirmação é do consultor Pedro Faria Jr. Para ele, a agricultura brasileira vive, atualmente, uma fase em que tanto os custos quanto os riscos climáticos são crescentes, sendo que qualquer vacilo pode causar grandes prejuízos.
Como uma das alternativas para reduzir o custo de implantação de uma lavoura é a prática do cultivo mínimo, sistema em que o uso de máquinas agrícolas sobre o solo é mínimo, a fim de que haja menor revolvimento e compactação. No caso da implantação da cultura do amendoim, o consultor explica que, após a dessecação da lavoura anterior, o produtor deve realizar a aplicação em cobertura dos corretivos de solo, porém, diferente do preparo convencional, não será utilizado o calcário tradicional, devido ao fato de ele ser um produto pouco solúvel, demorando para penetrar no solo se for colocado em cobertura. “Assim, no cultivo mínimo, usa-se calcário calcinado, que vira óxido de cálcio e magnésio, possuidor de alta solubilidade, que penetrará e reagirá no solo muito mais rapidamente.”
Após a aplicação desses corretivos, o produtor deverá aguardar 30 dias para realizar o plantio, que também será feito em cultivo mínimo, ou seja, utilizando um equipamento especial, que irá subsolar a linha e preparar uma faixa de 30 cm a 40 cm de largura, que agirá como uma cama para a semente.
“Essa é uma excelente alternativa ao preparo de solo convencional, que possui diversos problemas intangíveis, que afetam a produtividade, como compactação do solo, em decorrência de alta pluviosidade, ou erosão. O problema é que o produtor não consegue mensurar esses prejuízos, ficando fora das análises de custos.”
Faria observa que uma vez que a terra esteja coberta com a palha, ela estará mais protegida, fazendo com que os efeitos negativos do ambiente sobre a planta sejam minimizados. “No final, isso pode resultar em uma considerável diminuição dos custos de implantação de uma lavoura, que pode chegar a 10% do valor total.”
Além de menor custo, Faria afirma que o cultivo mínimo também pode entregar maiores produtividades, porém, esse valor pode variar de região para região. “Em ensaios realizados há dois anos, notamos que a produtividade do cultivo mínimo foi quase 25% maior do que a com preparo convencional. Entretanto, no geral, numa lavoura bem conduzida, você vê produtividades similares entre os dois sistemas.”
OConsultor ressalta que ainda existem muitos falsos mitos com relação ao cultivo mínimo. Faria conta que muitos produtores acreditam que esse sistema irá deixar o solo duro, que o amendoim não irá se desenvolver e que haverá grandes perdas em produtividade. “Pesquisas mostram claramente que não existe o menor risco de isso acontecer. A haste subsoladora, inclusive, rompe a compactação lateralmente e permite que as raízes do amendoim se desenvolvam bem.”
De acordo com Faria, o cultivo mínimo só não é recomendado em áreas com níveis de compactação superficial muito altos ou com alta declividade. “Fora isso, não há nenhum tipo de prejuízo. Essa é uma forma de cultivo conservacionista e que, a longo prazo, tende a ser muito benéfica para o produtor.”
Fonte: Cana Online