Embrapa busca parcerias no setor sucroenergético
Uma vitrine tecnológica expondo 34 inovações tecnológicas que atualmente estão em fases intermediárias de pesquisa foi a forma criativa que a Embrapa Agroenergia encontrou, por meio do seu site, de buscar parcerias no setor privado e dar continuidade ao desenvolvimento dos projetos baseados em matérias-primas renováveis. E muitos destes novos produtos e processos industriais estão diretamente relacionados com o segmento sucroenergético, como novas variedades de cana, produção de microalgas em vinhaça, leveduras e enzimas para etanol celulósico e aproveitamento da xilose do bagaço para fabricação de químicos.
Segundo o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Bruno Brasil, experiências anteriores mostraram que, atuando em conjunto com o setor produtivo, riscos e custos do desenvolvimento de ativos são compartilhados e as inovações chegam com mais agilidade ao mercado. Nos últimos anos, cerca de uma dezena de tecnologias da instituição já foram transferidas para empresas da área química e agrícola, adotando-se este modelo de parceria.
O consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, ressalta que a iniciativa da Embrapa é fundamental para impulsionar o desenvolvimento tecnológico no País. “Esta vitrine aproxima a iniciativa privada de uma das instituições de pesquisa mais respeitadas do mundo, principalmente pelas inovações criadas para a agricultura e o segmento de bioenergia, nos quais a indústria da cana está fortemente inserida”, avalia.
Disponível no site da Embrapa, a vitrine tecnológica agrupa produtos e processos em quatro eixos: “Biomassas para fins Industriais”, “Biotecnologia Industrial”, “Química de Renováveis” e “Materiais Renováveis”. No primeiro deles, estão novidades para a produção de cana-de-açúcar, microalgas e pinhão-manso. Já no segundo, estão microrganismos e enzimas para serem aplicados na desconstrução de biomassa, geração de produtos químicos, tratamento de efluentes e produção de biogás.
O eixo “Química de Renováveis”, a biomassa ou resíduos dela derivados são transformados em processos químicos. São tecnologias para tratamento de biomassa, secagem de frutos e refino de óleo de macaúba, reforma de biogás, microencapsulação de betacaroteno e biopesticidas. Em “Materiais Renováveis”, a Embrapa dispõe de tecnologias para produção de nanofibras de celulose e obtenção de borracha natural reforçada.
Todas as 34 inovações expostas na vitrine da Embrapa têm o seu nível de maturidade tecnológica definido em escala de 1 a 9, adotando metodologia criada e utilizada pela Agência Espacial Americana (NASA), adaptada para a pesquisa agrícola e biotecnológica. A atuação da Embrapa Agroenergia pode ir até o nível 6 ou 7, já que os últimos estágios correspondem à produção comercial, o que não faz parte da atuação da instituição.
Fonte: Única