Notícia

Expectativa do setor é de recuperação da economia, aumento no consumo de etanol e de energia elétrica

Expectativa do setor é de recuperação da economia, aumento no consumo de etanol e de energia elétrica

Para atender a demanda, foco do setor sucroenergético é ter maior volume de cana.

Clima de otimismo foi a marca da abertura da 18ª Conferência Internacional da Datagro sobre Açúcar e Etanol, realizada ontem, 29, um dia após as eleições que elegeram Jair Bolsonaro para presidente do Brasil.

Claro que ainda há muitas indefinições e até apreensões sobre a gestão do novo presidente do país, mas ficou nítido nas conversas de bastidores e nas apresentações dos palestrantes de que a expectativa é positiva e que o setor já trabalha com o cenário de recuperação da economia, com maior consumo de etanol, e retomada industrial, o que gerará maior demanda por energia elétrica.

Em sua apresentação, Mariângela Grola, gerente de Inteligência de Mercado da Raízen, maior grupo sucroenergético do mundo, com 26 unidades, disse que a empresa espera para o ano que vem um crescimento de 2% no consumo de ciclo-otto, o que representa maior demanda por etanol hidratado e também anidro (para mistura à gasolina).

Para atender o consumo crescente, a meta inicial do setor é aumentar o volume de cana, já que a grande maioria das unidades está com capacidade ociosa. Em sua apresentação, Luiz de Mendonça, presidente da AtvosAgroindustrial, disse que nesta safra 2018/19, a empresa, que conta com nove unidades produtoras, deverá produzir 29 milhões de toneladas de cana, mas como têm capacidade para moer 35 milhões de toneladas, o foco é atingir esse volume.
Para isso, a palavra de ordem na Atvos é disciplina no campo, com adoção de tecnologia de ponta, agricultura de precisão, controle de processos. Isso tem dado certo, pois a empresa, mesmo ainda tendo capacidade ociosa, apresenta um dos menores custos de produção do setor, observou Mendonça.

Elevar a produção de 14 milhões de toneladas, para 20 milhões, alcançando a capacidade total de moagem, também é o objetivo do Usina Coruripe, com cinco unidades produtoras. Mario Lorencatto, presidente do Grupo Coruripe, ressaltou em sua fala na 18ª Conferência Datagro, que a empresa tem um histórico açucareiro, mas para atender a nova realidade do mercado, inclusive, o RenovaBio, com seu foco nas energias renováveis, precisará aumentar sua produção de etanol.

“Nossa maior produção de etanol não virá de tecnologias como a de etanol celulósico, a Coruripe não pensa em investir nesta área. Vamos produzir mais etanol, aumentando nosso volume de cana”, anúncio Lorencatto. Para isso, a Coruripe ampliará os investimentos em plantio, tratos culturais, irrigação, aperfeiçoando ainda mais o chamado “arroz com feijão” e o incrementando com a adoção de inovações tecnológicas.

A 18ª Conferência Internacional da Datagro sobre Açúcar e Etanol acontece na capital paulista e se encerra nesta terça-feira (30).

 


Fonte: CanaOnline

Notícias relacionadas: