Experimento em cana de ano prova que não é necessário fazer preparo de solo sofisticado para obter altas produtividades no plantio mecanizado
Mas é preciso utilizar tecnologias como plantadora automatizada, aliada ao sulcador com dispositivo destorroador e as caixas de óxido
Foto: Além de avaliar a produtividade da cana, experimento busca estudar o desenvolvimento do sistema radicular, tanto da cana planta como das socas subsequentes. Foto: Leonardo Ruiz
Recentemente, a DMB Máquinas e Implementos Agrícolas e a AgroQuatro-S Experimentação Agronômica divulgaram os vereditos observados durante a primeira fase do experimento (cana de ano). O gerente de marketing da DMB, Auro Pardinho, afirma que nas áreas onde foi utilizada a plantadora automatizada, aliada ao sulcador com dispositivo destorroador e as caixas de óxido, houve maior uniformidade do sistema radicular, tanto pelas laterais da linha como em profundidade, chegando a 1 metro. Em contrapartida, nas áreas sem as tecnologias da DMB, o sistema radicular atingiu uma média de 45cm de profundidade. Além disso, ele ficou muito concentrado em cima e mais de um lado da linha da cana do que do outro, provavelmente no rumo em que está localizada a mangueira do adubo dentro do sulcador.
Para Pardinho, isso ocorreu pela falta de um dispositivo destorroador, que movimenta o solo e distribui o óxido uniformemente. “Esses dados provam também que não é necessário investir em um equipamento superpesado e sofisticado apenas para injetar o óxido em maiores profundidades. Nossas próprias tecnologias de plantio já fazem isso, tanto que o sistema radicular nesse experimento atingiu mais de 1 metro de profundidade.”
Outros dados do experimento em cana de ano atestaram ganhos de produtividade na ordem de 4 Toneladas de Cana por Hectare (TCH) ao utilizar as tecnologias DMB. “Com isso, o estudo comprovou que não é preciso investir muito no preparo de solo, com todas suas operações de grade aradora e intermediária, pois observamos que a área que recebeu apenas o eliminador de soqueiras registrou a mesma produtividade.” Das quatro práticas estudadas pelo experimento, o plantio direto e o eliminador mecânico de soqueiras aliado a um subsolador foram as que mais proporcionaram ganhos em produtividade agrícola.
Pardinho observa que o uso das tecnologias da DMB no plantio mecanizado garantiu ganhos médios de 13% no desenvolvimento radicular; melhor distribuição radicular no perfil do solo até 1 metro de profundidade; e maior produtividade em TCH. “Além disso, nossos equipamentos substituíram o preparo de solo convencional, propiciando uma economia de até 43% no custo da operação, com maior disponibilidade operacional.”
O experimento está sendo realizado pela AgroQuatro-S Experimentação Agronômica em parceria com a DMB e visa avaliar os impactos da adoção da alta tecnologia na construção do sulco de plantio de acordo com o tipo de preparo de solo. “É um projeto longo e bastante robusto, que busca levar informações com ética e segurança científica ao segmento, para que usinas e produtores possam ajustar seus plantios mecanizados da melhor maneira possível”, afirma Sérgio Gustavo Quassi de Castro, pesquisador da AgroQuatro-S.
Ele explica que a área do experimento (2,4 hectares) foi dividida em quatro faixas de 12 linhas cada. Em cada uma delas, foi instalado um tipo de preparo de solo diferente: (1) convencional com grade e arado; (2) eliminador mecânico de soqueiras; (3) plantio direto; e (4) eliminador mecânico de soqueiras + subsolador.
Em seguida, cada uma dessas faixas foi subdividida em duas. De um lado, foi utilizada toda a tecnologia de plantio mecanizado da DMB: Plantadora de Cana Picada PCP 6000 Automatizada munida das caixas de distribuição de óxido e do sulcador com dispositivo destorroador, equipamento que possui uma haste que subsola o fundo do sulco e um dispositivo destorroador que elimina torrões e ondulações do terreno. Do outro lado, foi utilizada uma versão mais antiga da plantadora da DMB, cabinada e dotada apenas de sulcador comum e sem aplicação de óxido.
O plantio da área ocorreu em 2020. Em maio deste ano, foi realizada a colheita do primeiro corte, em que foi avaliado o desenvolvimento da parte área da cana-de-açúcar, bem como a qualidade dessa matéria-prima. No entanto, Quassi de Castro ressalta que o caráter inédito desse projeto é a avaliação do desenvolvimento do sistema radicular, tanto da cana planta como dos cortes subsequentes, no espaçamento de 1,5m de largura (75cm para cada lado) até 1m de profundidade.
Fonte: CanaOnline