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Grupo Bertin, avalista da usina de Bumlai, possui dívidas que superam R$ 10 bilhões

Grupo Bertin, avalista da usina de Bumlai, possui dívidas que superam R$ 10 bilhões

Com cobranças que ultrapassam os R$ 10 bilhões, o Grupo Bertin possui dívidas de todos os tipos e que envolvem todas as empresas do grupo – vão desde os negócios de energia até as usinas de açúcar e etanol.

Segundo reportagem da Agência Estado, a companhia deve R$ 500 milhões ao BNDES pelo aval dado para garantir o empréstimo da usina São Fernando, de Bumlai. Na justiça paulista, é cobrada por bancos, ex-sócios e pequenos fornecedores no total de R$ 1,8 bilhão.

Além disso, deve R$ 4 bilhões ao fisco em função do ganho de capital na fusão com o JBS. Há dois anos, os Bertin concordaram em deixar a JBS em um acordo firmado com a família Batista, em termos nunca divulgados. A empresa perdeu na instância administrativa e teve seu patrimônio bloqueado. E a situação financeira do grupo vem piorando.

Só para o Ministério de Minas e Energia se estima que a empresa deva cerca de R$ 4 bilhões por não ter entregue a energia das dezenas de usinas termoelétricas que se comprometeu a construir. Chegou a conseguir incluir uma emenda em Medida Provisória que a perdoava da dívida, mas não teve sucesso.

Infinity Bio-Energy
Além de sua relação com a Usina São Fernando, de Bumlai, o Grupo Bertin controla a Infinity Bio-Energy, com seis usinas. Devido à situação financeira precária do grupo, duas unidades passaram para o comando dos credores no segundo semestre do ano passado.

Segundo o Valor Econômico, em junho de 2016, a Usina Ibirálcool, localizada no município de Ibirapuã (BA), tinha uma dívida de R$ 101,649 milhões, enquanto o endividamento da Usina Usinavi, em Naviraí (MS), era de R$ 943,478 milhões. A dívida somada das unidades representa cerca de metade da dívida total do Grupo Infinity, de R$ 2 bilhões.

A Usina Ibirálcool passou para o controle da Amerra Capital Management, enquanto a Usina Usinavi foi dividida entre o Amerra, o fundo de investimentos americano CarVal e demais credores.

Histórico
A família Bertin já foi amiga do poder e dos principais políticos de Brasília. Já foi o maior frigorífico do país. Já teve bilhões do BNDES. Já foi sócia relevante na maior empresa de proteína animal do mundo. Já tentou ser o maior grupo de energia. Os principais caciques do PMDB já chegaram a interceder em seu nome. Assim como caciques do PT, como Antonio Palocci. Mas, desde que o frigorífico quebrou e teve de se unir ao JBS, a situação foi se deteriorando.

No ano passado, a Polícia Federal bateu à porta dos Bertin por causa da sociedade com José Carlos Bumlai e por terem permitido que sua empresa fosse usada no controverso empréstimo do banco Schahin ao empresário Ronan Pinto, de Santo André, que supostamente envolveria o alto escalação do PT na morte do então prefeito da cidade, Celso Daniel.

A família aparece em delações que os liga a figuras emblemáticas, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, apontado como seu operador. Mas os Bertin preferem o silêncio em relação a todos esses assuntos.

Com informações adicionais do Valor Econômico e edição novaCana.com

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