Incêndios se alastram pelo interior paulista e brigadas de incêndios das usinas trabalham exaustivamente
Os brigadistas estão virando noite apagando fogo. E o pior é que a maioria desses incêndios é criminoso
Milhares de incêndios florestais que ocorrem no Brasil todos os anos, no período de maio a setembro, no caso da região Centro-Sul. Mas este ano, com a seca severa e as geadas, a quantidade de incêndios disparou. Nesta segunda-feira, a poeira cobriu o céu do interior paulista, pior que ela, foi a fumaça proveniente dos muitos incêndios que corriam pelos canaviais, capim e outras vegetações nas beiras das estradas.
Embora o clima seco tenha papel fundamental para o início e alastramento do fogo, 90% dos incêndios florestais são causados pelo ser humano, com inícios próximos a áreas urbanas, como margens de rodovias e locais de pesca. Bitucas de cigarros jogadas acessas para fora dos carros, soltura de balões, fogueiras perto de matas, queima de lixo e o uso de velas em rituais religiosos são apenas alguns dos exemplos do uso inconsequente do recurso.
Entretanto, o aspecto criminoso ainda é o principal responsável pela maioria dos incêndios registrados em lavouras, sobretudo em canaviais. A Raízen, maior grupo sucroenergético do mundo, tem registrado focos de incêndio em todas as regiões em que está presente, mesmo desenvolvendo uma política bem estrutura de combate aos incêndios não controlados. A empresa conta com mais de 1.700 pessoas envolvidas no combate de incêndio. Em todas as unidades, são quase 200 caminhões, torres de vigia, EPIs. A preocupação é combater o incêndio rapidamente para que não tome grandes proporções.
Os incêndios em canaviais passaram a ser um grande problema para o setor sucroenergético, para amenizar, unidades próximas geograficamente estabeleceram procedimentos comuns e desenvolveram canais de comunicação com o objetivo de combater com maior velocidade e eficiência os focos de incêndio que apareça na região.
Um exemplo bem-sucedido foi adotado na região de Ribeirão Preto. Em 2012, com a criação do PAME (Plano de Auxílio Mútuo em situações de Emergência) envolvendo as Usinas Alta Mogiana, Colorado e Guaíra, em parceria com a polícia da região e com apoio e supervisão do Corpo de Bombeiros.
Dessa forma, quando há o início de um foco, as empresas atuam juntas para garantir o rápido combate ao incêndio, disponibilizando recursos materiais, de comunicação, equipamentos e caminhões tanques/pipas, a fim de minimizar o risco à Sociedade, ao Meio Ambiente e ao patrimônio da empresa.
As brigadas contra incêndio das unidades sucroenergéticas não atendem exclusivamente as usinas, mas também os chamados dos fornecedores de cana e das prefeituras das cidades do entorno. Nestes últimos dias, os pedidos de socorro têm sido diversos, exigindo das brigadas muito esforço e dedicação para extinguir os focos de incêndios. Eles estão virando noite para apagar o fogo, muitas vezes colocados por pessoas de forma proposital. Lamentável.
Fonte: CanaOnline