Índia quer carros flex, apesar da meta de eletrificação em 2030

Além do Brasil, outro país quer usar carros que podem ser abastecidos tanto com gasolina quanto com etanol para compor parte de sua frota nacional. A Índia deseja ter motores flex para ajudar a combater a poluição no país.
O Ministro da União para Transporte Rodoviário e Rodovias, Nitin Gadkari, citou Brasil, Estados Unidos e Canadá como países onde circulam carros que usam mais de um combustível em seus tanques.
Gadkari disse: "Peço a todos da indústria automobilística que cooperem conosco para trazer motores flex como nos EUA, Brasil e Canadá". A ideia é usar etanol, embora eles também considerem o metanol, gerado pelo milho.
A Índia tem uma boa produção desse vegetal e também de cana-de-açúcar. Mas, para ter tais motores, não bastará apenas um novo sensor de composição de combustível e programação adequada da unidade de controle eletrônico (ECU, na sigla em inglês).
Motores flex possuem outras peças que foram modificadas para resistir à corrosão com o uso do álcool. Para a Índia, o lado bom dessa história é que o Brasil tem sua cadeia produtiva apoiado nos carros flex e enviar isso para lá será um ganho para o país.
Carros elétricos
Visando baixar as emissões, a Índia parece mudar de direção após anunciar que acompanharia a Europa na eletrificação plena em 2030. Alguns setores no país asiático indicam que não conseguiram atingir a meta de proibir as vendas de carros a gasolina e diesel no final da década.
Se de fato o governo de Nova Déli aceitar esta justificativa, o motor flex surge como "salvação da lavoura" em tempos tardios do motor a combustão, mas isso também ajudará quem hoje está em cima do muro.
Com Índia e Brasil de mãos dadas, a eletrificação tenderá a ser retardada nessas regiões de "baixo custo", apoiada na indústria do etanol.
Fonte: Notícias automotivas