Inovações no controle de pragas, plantas daninhas e no desenvolvimento da cana-de-açúcar
Mais remunerado e com futuro promissor, setor sucroenergético volta a investir em tecnologias e encontra boas soluções no mercado
Novas técnicas para melhoria da produtividade agrícola também envolvem a gestão de plantas daninhas e o controle de pragas. O setor sucroenergético pode contar com defensivos que não só controlam doenças, pragas ou plantadas daninhas, mas que agem no sistema da cana contribuindo para o aumento de açúcar.
Os defensivos químicos inovam, se tornam menos tóxicos, mais seletivos, mas o que também e expande no campo é controle biológico de pragas. A Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio) traçou um panorama, brasileiro e mundial, do mercado de defensivos biológicos. Que mostra que em 2018, o mercado brasileiro movimentou R$ 464,5 milhões, um salto de 77%, comparado com 2017. Em todo o país, essa solução já é aplicada em 10 milhões de hectares de um total de 77,4 milhões de hectares cultivados. Para a ABCBio, há muito espaço para cresce. No Brasil, estima-se uma expansão acima de 25% nos próximos cinco anos, contra 17% esperados no mercado global.
Acompanhando esta tendência, de 2009 a 2013, os defensivos biológicos e orgânicos representaram 13% do total de produtos registrados pelo MAPA, no período. Considerando apenas o primeiro ano (2009), a proporção era de 1%. No segundo ano foi para 6,5% e, ao final daqueles cinco anos (2013), alcançou 21%, refletindo o avanço das tecnologias desenvolvidas nessa categoria de produtos.
Drone lança no canavial capsulas com inimigos naturais – controle biológico
Crédito: Alexandre Veloso
Nos cinco anos subsequentes (2014 a 2018) a proporção continuou subindo, com os biológicos e orgânicos alcançando 30% do total de defensivos registrados. E praticamente a mesma fatia (29%) permaneceu na média dos últimos três anos (2016 a 2018), mostrando consistência histórica. Em dez anos (2009 a 2018), eles somaram 218 produtos registrados, representando 38% do total de formulados químicos liberados pelo MAPA.
A cultura canavieira aparece como o maior exemplo mundial de controle biológico. A Cotésia flavipes, que é utilizada para o controle da Diatraea saccharalis (a broca-da-cana) na fase de lagarta, é liberada em mais de três milhões de hectares. Outros 500 mil hectares recebem a Trichogramma galloi para controle da broca na fase de ovo. E em mais de dois milhões de hectares com cana são utilizados inseticidas à base do fungo Metarhizium anisopliae para o controle da cigarrinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata). Inimigos naturais que com o avanço da tecnologia passaram a ser lançados por drones que sobrevoam os canaviais.
Mas especialistas observam que, mesmo com o sucesso dos biológicos, para o controle mais completo das pragas é necessária uma abordagem abrangente, colocar em prática o Manejo Integrado de Pragas (MIP), aliado a um eficiente sistema de monitoramento, que deve ser empregado de maneira harmônica. No momento preciso, devem ser empregadas diferentes medidas de controle, de forma a manter os níveis populacionais das pragas abaixo do nível de dano econômico.
Desempenho do Muneo Biokit
Entre as últimas novidades para o desenvolvimento da cana-de-açúcar o setor tem à disposição uma solução que é resultado da fusão da química e da biologia. É o Muneo BioKit, desenvolvido pela BASF, em parceria de mais de 10 anos com a Embrapa. Essa solução une produtos químico e biológico em tecnologia inédita para o cultivo da cana-de-açúcar. A parte química é composta pelo Muneo, produto com ação inseticida e fungicida. O produto biológico é o Aprinza, inoculante microbiano que atua como promotor de crescimento das raízes e da parte aérea da planta e que contribui para uma maior absorção de nutrientes.
Os benefícios desse sinergismo vão desde maior fixação e aproveitamento de nitrogênio, aceleração na brotação, ganhos de biomassa seca e um excelente controle das principais pragas, doenças e nematoides da cana-de-açúcar.
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Fonte: Cana online