Notícia

Justiça condena trio por aliciar trabalhadores do Nordeste para cortar cana para a Cosan

Justiça condena trio por aliciar trabalhadores do Nordeste para cortar cana para a Cosan

A Justiça condenou três homens por aliciar e transportar 42 trabalhadores de Pernambuco para realizar atividade de corte de cana-de-açúcar para a Cosan em Delta (MG). De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o trio – de idade não informada – foi condenado há mais de quatro anos de prisão cada e pagamento de multa. O G1 entrou em contato com a Cosan e aguarda retorno.

De acordo com a ação do MPF em Uberaba, em 2007 a equipe de fiscalização do Ministério do Trabalho (MTE) tomou conhecimento da existência de um alojamento em Delta, onde estariam trabalhadores contratados para fazer corte de cana vivendo em péssimas condições. Ao chegar ao local, a equipe encontrou uma construção precária, na qual moravam 42 trabalhadores, juntamente com familiares e crianças.

Devido ao episódio, em 2009, a Cosan foi incluída no Cadastro de Empregadores Acusados de Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho, também conhecido como “lista suja”. Segundo esclarecimento da empresa na época, a cana era destinada à Unidade Junqueira, localizada no norte paulista e próxima da divisa com Minas Gerais.

Entre os 42 trabalhadores contratados havia um adolescente, o que é proibido por lei. A fiscalização apurou que todas as pessoas foram levadas de Araripe (PE) para trabalharem no corte de cana da Usina Cosan S.A. com promessas de bons salários e alojamentos.

Os trabalhadores viajaram em um ônibus clandestino contratado pelos condenados e pagaram R$ 210 cada um pela viagem. O valor foi descontado do salário que eles receberam posteriormente. Os funcionários moravam em alojamentos sem geladeira e dormiam em colchões.

Segundo a denúncia do MPF, a ordem para se conseguir os trabalhadores partiu de um encarregado de mão de obra da Cosan. No entanto, de acordo com o MP, as vítimas eram registradas irregularmente em outra empresa.

Na ação, o MPF informou que após a constatação das irregularidades, a Cosan reconheceu a responsabilidade, assumiu os encargos trabalhistas e providenciou o retorno dos trabalhadores à cidade de origem por meio de transporte seguro e regular.

Com informações adicionais novaCana.com

Notícias relacionadas: