Mercado global de etanol é tema de entrevista do Presidente da UDOP para portal indiano
O presidente da UDOP, Amaury Pekelman foi entrevistado pela jornalista Shivaaneey Rai, da ChiniMandi ( https://www.chinimandi.com/), portal de notícias líder na cobertura do setor sucroenergético na Índia, um dos principais países produtores de açúcar do mundo. O foco da entrevista foi o mercado mundial de etanol e como o exemplo do Brasil pode influenciar nas decisões indianas acerca do biocombustível.
A jornalista inicia a entrevista destacando que "apesar da economia global cambalear este ano com as consequências devastadoras no setor de energia e as consequências da pandemia de Covid-19, o mundo espera transitar para um ambicioso programa de biocombustíveis depois de testemunhar a história de sucesso do etanol brasileiro. No entanto, os países que pretendem produzir biocombustíveis ainda estão tentando resolver a equação liderada pelas partes interessadas que fazem as políticas exigidas e pelos fabricantes".
Para Pekelman, o mercado global de etanol é um mercado em expansão, principalmente na Ásia. "No entanto, também deve ser incentivada por mais países devido às suas externalidades ambientais positivas, bem como à sua excelente redução de CO2, que permite, por exemplo, uma diminuição significativa na emissão de material particulado, por exemplo, numa metrópole como São Paulo onde, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a frota de veículos chega a quase 20 milhões de automóveis, ou, 7,4 veículos para cada 10 habitantes".
Outro ponto destacado pelo presidente da UDOP foi com relação à redução de emissões, no Brasil, em decorrência do uso do etanol hidratado nos motores flex. "Dados obtidos junto a entidades setoriais mostram que entre março de 2003 (data de lançamento da tecnologia flex fuel) e maio de 2020, o consumo de etanol (anidro e hidratado) evitou a emissão de mais de 515 milhões de toneladas de CO2eq no Brasil. O volume equivale às emissões anuais combinadas da Argentina, Venezuela, Chile, Colômbia, Uruguai e Paraguai", destaca a jornalista citando a UDOP.
"Nem a nova tendência mundial de veículos elétricos representa uma ameaça ao nosso etanol, pois é uma fonte limpa e segura para uma tecnologia que ainda está em expansão, os chamados veículos elétricos híbridos, onde a energia é gerada a partir do etanol, sem a emissão de gases de efeito estufa", destacou o presidente da UDOP.
Amaury defende a necessidade de maiores investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias a partir do etanol, melhorando a qualidade de vida nas grandes cidades, além de benefícios secundários como a geração de emprego e renda no campo.
RenovaBio
O presidente da UDOP também destacou na entrevista, de forma positiva, a experiência no Brasil com a implantação do RenovaBio, em 2019, o que permitiu ao país "criar um novo mercado que precifica a pegada de carbono, os chamados CBIOs (Créditos de Descarbonização), que levam em consideração o grau de responsabilidade ambiental de cada usina, podendo inclusive melhorar o desempenho energético e a emissão de CBIOs".
Amaury Pekelman encerra destacando acreditar no potencial indiano para a produção de etanol. "Acreditamos fortemente no potencial indiano para a produção em larga escala de etanol, o que promoveria sobremaneira a inclusão desse biocombustível como commodity global. A Índia já entendeu esses benefícios e vem aumentando sua produção de etanol ano após ano".
Citando dados da consultoria Datagro, uma das mais importantes consultorias sobre o assunto no mundo, parceira da UDOP, Pekelman destaca que a produção de etanol na Índia saltou de 2,06 bilhões de litros na safra 16/17 para mais de 3 bilhões na temporada atual. Esses números representam quase 9% do mercado nacional de gasolina.
"Mas acreditamos que políticas públicas, como as existentes no Brasil, de mistura obrigatória do etanol na gasolina consumida na Índia, poderiam favorecer ainda mais o setor neste país. O Brasil é hoje um dos maiores consumidores de etanol do mundo justamente por ter 27% de etanol misturado na composição de sua gasolina, além do crescente mercado de veículos com tecnologia flex fuel que permite ao consumidor escolher o combustível que deseja para usar ao reabastecer", finalizou o presidente da UDOP.
Confira a íntegra da entrevista, em inglês, clicando aqui.
Rogério Mian
Fonte: Agência UDOP de Notícias