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Mudança do clima sustenta ganhos semanais para o milho no Brasil

Mudança do clima sustenta ganhos semanais para o milho no Brasil

Nesta sexta-feira, 2, os preços do milho tiveram valorização no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações nas praças analisadas.

Já os ganhos apareceram em Não-Me-Toque (RS), Panambi (RS), Ponta Grossa (PR), Ubiratã (PR), Londrina (PR), Cascavel (PR), Marechal Cândido Rondon (PR), Pato Branco (PR), Palma Sola (SC), Rio do Sul (SC), Rondonópolis (MT), Primavera do Leste (MT), Alto Garças (MT), Itiquira (MT), Dourados (MS), Maracaju (MS), Campo Grande (MS), Eldorado (MS), Amambai (MS), Cândido Mota (SP), Itapetininga (SP), Campinas (SP) e no porto de Paranaguá (PR).

De acordo com análise da Agrifatto Consultoria, o milho iniciou o mês almejando voltar para os antigos patamares. “No [mercado] físico, a saca do cereal está na média dos R$ 90 em Campinas (SP). As situações climáticas adversas, vivenciada nas regiões produtoras do país, contribuem para essas novas altas”, coloca.

A agência Safras & Mercado aponta que junho teve altos e baixos para os preços do milho no mercado brasileiro. “As cotações caíram gradualmente até parte do mês e, depois, reagiram por conta das preocupações com geadas em regiões produtoras e com a reação do milho na Bolsa de Chicago. Mas, no balanço do mês, o resultado foi de quedas nos preços”, afirma.

Para julho, a agência destaca as geadas vistas na virada de junho para julho. “O frio extremo e com geadas ainda está levando a possíveis perdas para as lavouras da safrinha avaliadas, ele trouxe de volta uma ampla preocupação com a oferta do milho”, declara e completa: “A safrinha já está comprometida pela falta de chuvas e as geadas podem intensificar ainda mais as perdas, reduzindo a oferta no segundo semestre. A subida observada, também gradual e com difícil precificação, nos valores do cereal nos últimos dias de junho, reduziu o movimento negativo no balanço mensal”.

B3
Os preços futuros do milho subiram nesta sexta-feira na bolsa brasileira B3. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,58% e 1,15% ao final do dia.

O vencimento em julho de 2021 foi cotado à R$ 92,05 com alta de 0,93%; o setembro de 2021 valeu R$ 94,85 com ganho de 0,96%; o novembro de 2021 foi negociado por R$ 95,60 com elevação de 0,58%; e o janeiro de 2022 foi de R$ 97,38 com valorização de 1,15%.

Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam ganhos de 10,7% para o julho de 2021; de 12,45% para o setembro de 2021; de 11,81% para o novembro de 2021; e de 10,41% para o janeiro de 2022.

Para o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, a entrada dos primeiros lotes da safrinha e de navios importados, além das quedas do dólar e da Bolsa de Chicago, eram os fatores que pressionavam o preço. Agora, as geadas no Brasil, a recuperação do dólar e um plantio menor nos EUA são os fatores que impulsionam as cotações.

O analista aponta que essas geadas, que foram as de maior intensidade dos últimos oito anos, irão comprometer a qualidade dos grãos e limitar a produção nacional à 63 milhões de toneladas (somando segunda e terceira safra), totalizando 88 milhões de toneladas para as três safras brasileiras.

Diante deste cenário, os preços podem cair nos próximos dias, sentindo uma pressão de colheita, mas eles voltariam a subir à medida em que muitos destes volumes já estão negociados. Assim, a perspectiva de Rafael é de preços flutuando entre R$ 90 e R$ 100 neste segundo semestre, seguindo as projeções de paridade de importação.

Mercado externo
Já os preços internacionais do milho futuro despencaram na bolsa de Chicago (CBOT) nesta sexta-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 8,75 e 22,5 pontos ao final do último dia da semana.

O vencimento julho de 2021 foi cotado à US$ 6,97 com desvalorização de 22,5 pontos; o setembro de 2021 valeu US$ 5,92 com queda de 9,75 pontos; o dezembro de 2021 foi negociado por US$ 5,79 com perda de 9,25 pontos; e o março de 2022 teve valor de US$ 5,86 com baixa de 8,75 pontos.

Esses índices representaram quedas ante o fechamento da última quinta-feira, de 3,06% para o julho de 2021; de 1,5% para o setembro de 2021; de 1,7% para o dezembro de 2021; e de 1,51% para o março de 2022.

Com relação ao fechamento da semana anterior, os futuros do milho acumularam valorizações de 9,59% para o julho de 2021; de 11,7% para o setembro de 2021; de 11,56% para o dezembro de 2021; e de 11,41% para o março de 2022.

A consultoria Agrinvest elenca, entre os fatores responsáveis pela pressão nos futuros do milho em Chicago: a redução da projeção de importação de milho da China, as vendas semanais americanas no menor montante da temporada e os fretes marítimos nos maiores níveis em dez anos.

“Do lado da oferta tudo indica mais aperto, porém do lado da demanda os preços altos já mostram seus efeitos deletérios”, aponta a consultoria.

 

 

Guilherme Dorigatti

Fonte: Notícias Agrícolas

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