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Mesmo muitos reconhecendo que o setor sucroenergético não é sustentável sem a existência da cana do fornecedor, a vida do produtor de cana não é das mais fáceis, ainda mais nos últimos tempos, marcados pela queda nos valores do açúcar e etanol. A defasagem apurada entre custo de produção de cana e valor da ATRpago ao produtoré de14,96%.

Na safra 2017/18, com previsão de moagem em torno de 592 milhões de toneladas na região Centro-Sul, quase 140 milhões de toneladas de cana são oriundas dos produtores de cana remunerados pelo sistema Consecana,cujo o cálculo de remuneração levaem consideração a quantidade de açúcares totais recuperáveis (ATR) por tonelada de cana – quantidade de sacarose obtida após o processamento da cana -, além das variações de preços de açúcar e etanol.

Para alinhar a gestão sucroenergética com a nova realidade do setor, a Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA) defende uma remodelagem mais profunda do sistema ConsecanaSP (Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo).

A cada cinco anos acontece a revisão do Consecana SP, é o que ocorre neste ano. A ORPLANA, por parte dos produtores, e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) pelo lado das indústrias,debatem a revisão do sistema. Arecomposição dessa diferença passou a ser uma das principais reinvindicações dos produtores.

A ORPLANA, entidade que agrega 32 associações e mais de 11 mil produtores de cana, não se limita a reivindicar, mas apresenta soluções para modernizar o Consecana SP.A entidade elaborou a “Proposta sustentável de criação e compartilhamento de valor: Consecana Pro-Int”, que mantém o modelo Consecana SP, exatamente como ele é, considerando a mesma equação componente do seu valor, forma de divulgação, estrutura e governança. Porém, adiciona a construção conjunta de valor, via eficiência, a qual será compartilhada entre usinas e produtores.

O valor do ATR Pro-Int será o preço Consecana + Remuneração variável: reconhecimento + eficiência + qualidade. O cálculo desses Prêmios por Eficiênciacontempla fatores como:assertividade na estimativa de produção;Eficiências - Custo Cana Esteira (desonerar os custos da indústria). Já os Prêmios por Qualidade da Matéria Prima incluem: Impureza Mineral; Impureza Vegetal; e a eficiência industrial - Fator Qualidade.

Segundo Celso Albano, gestor executivo da ORPLANA, esse modelo foi construído democraticamente por meio de amplo debate com o Conselho Deliberativo que representa as 32 associações ligadas à entidade. Inspirou-se em modelos existentes, vitoriosos e que buscam maior equilíbrio coletivamente, via um processo de criação e compartilhamento de valor.

Mas para o produtor de cana alcançar maior eficiência e agregar mais valor ao seu produto, para a ORPLANA é fundamental que ele tenha acesso à informações, tecnologias e processos, para isso, a entidade fechou parcerias com empresas e entidades para divulgar em larga escalaessas ferramentas aos seus associados.
Em decorrência dessas parcerias, na próxima semana, o produtor de cana será destaque na programação de eventos do setor.

A 5ª edição do AgroEncontro, queacontece de 10 a 13 de abril, na Fazenda Experimental Ourofino, em Guatapará, SP, que tem como foco auxiliar o produtor na busca pelo aumento de produtividade, terá como tema: O futuro do produtor de cana.

E no dia 10 de abril, acontece no Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto, a 2ª Reunião do Grupo Fitotécnico de 2018, que terá sua pauta totalmente focada no produtor de cana. Serão apresentados temas como o DNA do novo produtor de cana, e Condomínios de produção e consórcios ativos.

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Fonte: CanaOnline