O que a Coruripe-Campo Florido tem feito para controlar o Colletrotrichum-falcatum
A doença Colletrotrichum-falcatum é mais um problema para o setor sucroenergético. Entre os danos causados, pode-se destacar a redução na produtividade em até 30%, redução no ATR de 10 a 30% e falhas na brotação da soqueira. Além disso, caso uma cana infectada seja usada como muda, o fungo será levado para novas áreas, sendo que, ainda, poderá haver falhas no plantio na ordem de 30%.
Na Unidade Campo Florido, da Coruripe, o gerente de planejamento técnico, Mário Sérgio Matias da Silva, tem recomendado alterações no plantel varietal de seus fornecedores para tentar frear os prejuízos, que já estão preocupando os executivos da Empresa. “Como é uma doença fúngica, ela geralmente ocorre em áreas onde se tem microclimas favoráveis, como beiras de rio e baixadas. Dessa forma, estamos tentando alocar as variedades mais suscetíveis em outras regiões.”
Silva afirma, também, que dentro do Grupo existem polos avançados de todos os programas de melhoramento genético, onde as equipes de experimentação realizam campos de validação que possuem essas situações como foco principal. “Já estamos trabalhando com um fator que chamado grau de vulnerabilidade, em que passamos a admitir apenas certo percentual de cada variedade, o que elimina riscos inerentes a esses materiais.”
Ele explica que esse processo é de extrema importância para o controle desse fungo. “Imagina se tivéssemos 50% do nosso censo com uma variedade extremamente suscetível a essa doença. O cenário seria catastrófico. Agora, se mantivermos, no máximo, 10% de cada material, os riscos serão reduzidos significativamente.”
Atualmente, as duas variedades que mais apresentaram o fungo na Usina foram a CTC 15 e a RB92579. “Porém, isso não quer dizer que esses materiais não podem ser cultivados, já que eles têm seus benefícios e vantagens. Nesse caso, temos apenas que manejá-los corretamente, sabendo onde alocar e quando colher.”
Até o momento, os danos em ATR causados pelo Colletrotrichum-falcatum nos canaviais da Coruripe Campo Florido estão na ordem de 15% quando comparados à mesma variedade, porém, sadia. “Por isso que essa doença já está no radar. O que precisamos agora é de uma virada nesse jogo, tirando uma variedade que não está num ambiente propício e alocando-a em outro visando fugir desses prejuízos.”
Fonte: CanaOnline