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Platts analisa como a crise de covid-19 afetou mercados global e nacional de etanol

Platts analisa como a crise de covid-19 afetou mercados global e nacional de etanol

Um coquetel tóxico. Foi assim que a analista de biocombustíveis Beatriz Pupo, da S&P Global Platts, definiu o cenário atual do mercado de combustíveis, que soma a guerra de preços do petróleo à pandemia de coronavírus.

“Os eventos combinados viraram as estimativas de cabeça para baixo ao redor do mundo, em todas as commodities”, relatou Pupo em webinar promovido pela Platts.

De acordo com ela, o setor sucroenergético brasileiro enfrenta a tempestade perfeita. Os preços do petróleo tiveram mais de 50% de redução apenas em março, acompanhando o mercado internacional, e acumularam quedas de 80% no trimestre. A isto, ela junta a interrupção abrupta na demanda por combustíveis, que levou o preço do hidratado para o menor patamar em mais de dois anos.


Com a máxima histórica dos preços do biocombustível atingida no fim de fevereiro, o tombo foi ainda mais evidente. Conforme a analista, a queda ao longo de março foi de 38%. Ainda que tenha sido registrada certa reação nos estados que mais produzem etanol, o consumo ficou aquém dos patamares mais habituais, destacou Pupo.

“A gente sabe que o setor está propondo medidas em termos de estocagem e mudanças de impostos, mas ainda não há nenhuma decisão tomada nesse sentido”, explicou.

Conforme a Platts, a queda na demanda no Ciclo Otto deve ser de 11% em 2020. O panorama traçado pela empresa já inclui um maior impacto no hidratado, uma vez que a gasolina deve ficar mais competitiva. Desta forma, o biocombustível teria seu consumo reduzido em 18%, ficando abaixo de 20 bilhões de litros.

Enquanto isso, a produção de etanol deve cair 13% em 2020 – o equivalente a 4 bilhões de litros –, ficando em aproximadamente 27,5 bilhões de litros. Especificamente, a produção de etanol de milho é estimada entre 2,2 bilhões e 2,5 bilhões de litros para 2020.

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