Preço valorizado do açúcar e caixa apertado incentivam a adoção de práticas prejudiciais à lavoura canavieira
Janeiro de 2017 se apresenta como um dos mais chuvosos dos últimos anos, mesmo assim, de acordo com relatório quinzenal da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), na 1ª quinzena de janeiro, 11 unidades continuam processando cana no Centro-Sul, sendo 6 no Mato Grosso do Sul, 4 em São Paulo e 1 em Minas Gerais.
A opção por continuar moendo no período chuvoso é uma prática criticada por muitos, pois aumenta o pisoteio no canavial, compactando ainda mais o solo e matando a soqueira. O que irá provocar falhas no canavial e menor produtividade nas próximas safras. Também impacta negativamente a indústria, pois a cana fica com mais impurezas levando a maior custo para o seu processamento.
Mas continuar moendo mesmo em condições não favoráveis, é a alternativa tomada por muitas unidades que precisam fazer caixa, e, como o preço do açúcar está valorizado e elas têm cana para moer, correm o risco de perdas futuras.
Outra alternativa com visão de curto prazo estimulado pela melhor remuneração é a não renovação de canaviais que já apresentam baixa produtividade. A renovação de áreas é uma fonte fundamental para a produtividade do canavial, mas nas próximas safras.
A renovação também é a parte mais cara do processo, por isso, o índice veio despencado nestes anos de crise. No ano de 2016, a região Centro-Sul do Brasil apresentou o segundo pior índice de renovação de canavial da história, 10,6% atrás apenas dos 8% de 1999. A boa notícia, é que a expectativa de renovação em 2017 aponta em torno de 17%. Sinal de que o caixa do setor está melhor.
Fonte: CanaOnline