Produtor desenvolve 100% das MPBs utilizadas em suas reformas de canavial, que somam cerca de 1500 hectares anuais
Produtores de cana-de-açúcar desde 1960, a família de Sérgio Donizetti Pavani sempre apostou no uso de inovadorastécnicas de manejo para incrementar a produtividade agrícola de suas fazendas, localizadas nas regiões paulistas de Jaboticabal e Rio Preto. Portanto, quando ouviu falar que o Instituto Agronômico (IAC), em parceria com a Cooperativa Agroindustrial (Coplana) e a Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana), estava desenvolvendo um programa de transferência de tecnologias para canavicultores de diversas regiões do país, aceitou fazer parte do projeto piloto.
Lançado em meados de 2015, o “+Cana” tem o intuito de levar a tecnologia desenvolvida nos principais centros de pesquisa e institutos de melhoramento genético do Brasil para a ponta da cadeia produtiva. Ao final do programa, independentemente do tamanho da propriedade, o agricultor será capaz de produzir sua própria Muda Pré-Brotada (MPB). Os benefícios vão desde a redução dos custos de plantio até o incremento expressivo das produtividades agrícolas. A iniciativa também busca aumentar a utilização de variedades novas nos planteis de cada fazenda. São materiais modernos e produtivos e melhor adaptados a mecanização e aos ambientes de produção.
Para Sérgio Donizetti Pavani, a participação no programa foi mais do que positiva. Até o início dos cursos e workshops - ministrados pelos técnicos do IAC, Coplana e Socicana -, a tecnologia ainda era uma incógnita em sua mente. “Foi um aprendizado muito válido”, conta. No início, o produtor recebeu um kit com 2400 MPBs, 200 de cada variedade. Havia ali materiais do IAC, do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa).
Enquanto essas mudas cresciam e se desenvolviam nos viveiros das propriedades, os produtores integrantes do “+Cana” iniciaram a construção das estruturas de produção, que incluam câmaras de brotação, estufas e instrumentos de irrigação. Após seis meses, aquelas 2400 MPBs estavam em ponto de colheita e prontas para serem transformadas em outros milhares de mudas.
“Nossa estrutura começou bastante tímida. Ao longo do tempo, fomos nos aprimorando e expandindo. Atualmente, 100% das mudas utilizadas nas minhas reformas - que totalizam 1500 hectares anuais - são de produção própria.”
Pavani relata que só vê vantagens no uso das MPBs. Hoje, a tecnologia já é presença garantida no manejo de suas fazendas. “Levo para o campo uma muda já enraizada, ocasionando um arranque mais rápido, menos falhas e mais perfilhos por metro. Além disso, são plantas sadias e livre de doenças sistêmicas. Por conta disso, hoje minha produtividade já alcança a casa dos três dígitos.”
CanaOnline