Produtores de Mato Grosso do Sul ressuscitam canaviais
Quando o contrato de arrendamento do produtor Antônio de Moraes Ribeiro Neto junto à usina da região de Maracaju, lá em Mato Grosso do Sul, findou, ele optou por não o renovar. A área, no sexto corte, danificada e atingindo, no máximo, produtividade na casa das 60 toneladas por hectare (TCH). Ao invés de reformar a área - e arcar com os altos custos de plantio da atualidade -, decidiu tratá-la. Hoje, no décimo corte, a mesma área foi colhida com produtividade média de 98 TCH.
Para alcançar esse número, Ribeiro Neto não precisou de mágica. Nem ao mesmo pediu um milagre aos céus. O que fez, foi desenvolver um trabalho seguindo o que manda a cartilha. Um arroz com feijão mais do que bem-feito. “O segredo é cuidar certinho do canavial. Adubar corretamente e fazer o controle de pragas, doenças e plantas daninhas.”
Na época em que os tratos eram conduzidos pela usina, o canavial recebia muita aplicação de vinhaça vinda da unidade agroindustrial. O produtor concluiu que o canavial estava saturado de potássio, mas que talvez precisasse de um pouco de fósforo e nitrogênio. “Essa foi uma das técnicas que me permitiram recuperar a produtividade da área.”
Redobrar o cuidado na hora da colheita também foi vital para ressuscitar o canavial do sr. Antônio. Embora ainda seja conduzido pela usina, esse processo também passou por melhorias. Mas apenas após inúmeros protestos. Ele conta que até pensou em parar de cultivar cana por conta desse pisoteio nas linhas de cana. “Antigamente, era comum manobrar em cima da cana. Parece que eles não tinham respeito pela agricultura. Agora, tudo mudou. Não há mais pisoteio e, em todas as fazendas, há pátios destinados exclusivamente para transferência de cargas, manobras e áreas de vivência.”
Feliz com seu canavial e com os números alcançados, o produtor é categórico ao afirmar: se cuidar bem de um canavial, é possível fazê-lo durar 10 anos com produtividades médias de três dígitos. “Hoje, os custos de implantação de um canavial beiram os R$ 6 mil o hectare. Isso sem falar do tempo perdido até que a cana cresça e comece a produzir. Aumentar a longevidade do canavial muda completamente o negócio.”
Fonte: CanaOnline
Por: Leonardo Ruiz