Produtores e usinas se preocupam com falta de mudas para o plantio de cana
Para os viveiros afetados, a recomendação é fazer uma nova rodada de tratos culturais após o retorno das chuvas
Leonardo Ruiz
O setor sucroenergético do Centro-Sul atravessa seu terceiro ano consecutivo de estiagem acentuada, com chuvas figurando abaixo da média histórica. Além de prejudicar a produtividade dos canaviais, o fenômeno acarreta dificuldades operacionais, como diminuição da janela de plantio e dificuldades no tratamento das soqueiras. Para agravar ainda mais a situação, diversas regiões canavieiras enfrentaram de uma a quatro geadas entre os meses de junho e julho.
Segundo o consultor Antônio Luiz Palhares, a principal preocupação no momento é em relação a possível falta de mudas para os próximos plantios. “Se não bastasse o baixo desenvolvimento dos canaviais em função da falta de água, os canaviais em formação foram fortemente afetados pelas geadas, registrando morte das gemais apicais e até mesmo brotação lateral e morte das gemas laterais.” Na última quinta-feira (02), o profissional foi um dos debatedores do evento “Geadas: Oportunidades e Desafios”. O encontro foi realizado pela FMC e contou com palestras sobre clima, mercado e situações específicas de lavouras afetadas pelas condições climáticas extremas.
Na visão de Palhares, foram registrados prejuízos em viveiros mesmo em locais onde as geadas foram mais menos danosas. “Dessa forma, mesmo esses viveiros aparentemente menos afetados não estão totalmente aptos a fornecer mudas com qualidade para boa formação dos próximos plantios, o que pode acarretar falhas na brotação e baixo vigor vegetativo, criando uma lavoura com stand ruim.”
Para o Consultor, será necessário um planejamento bastante criterioso para amenizar a situação, devendo os produtores e usinas agirem rapidamente e de maneira proativa. “Para os viveiros afetados, a recomendação é um tratamento correto, buscando recuperá-los da melhor maneira possível. Isso se dará através de uma nova rodada de tratos culturais com aplicação de fertilizantes, inseticidas, nematicidas, fungicidas e bioestimulantes. Lembrando que essas operações só devem acontecer após o retorno das chuvas.”
Outra solução apontada pelo consultor é a formação de novos viveiros através dos sistemas de Meiosi ou Cantosi. “Para formar um viveiro que seja capaz de fornecer mudas de qualidade, em quantidades suficientes e no menor tempo possível, devemos aplicar as melhores tecnologias disponíveis, não só em nutrição e irrigação, mas também no controle de pragas e nematoides.”
Fonte: CanaOnline