Safra canavieira 2021/22 do Centro-Sul terá cerca de 100 milhões de toneladas a menos que o ciclo anterior
Seca, geadas e incêndios derrubam a previsão de safra para o menor volume desde a safra 2008/2009
Luciana Paiva
No início dos anos 2000, fase da última grande expansão canavieira, quando se pensava que o etanol brasileiro iria invadir o mundo, as unidades sucroenergéticas brotavam em novas fronteiras país afora. A expectativa era de que, em 2020, a produção brasileira de cana chegasse a 1 bilhão de toneladas.
Dados do Observatório da Cana mostram que a primeira safra canavieira Brasil dos anos 2000, a de 2001/02, registrou o volume 293.042 toneladas, sendo 244.218 produzidas na região Centro-Sul e 48.824 no Norte/Nordeste. A partir daí, a produção de cana do Brasil cresceu ano a ano. No entanto, a safra 2020/21 não concretizou a expectativa de produção brasileira de 1 bilhão de toneladas. Os números foram: 657.433 – Brasil; 605.462 – Centro-Sul e 51.970 – Norte-Nordeste.
Vários motivos foram os responsáveis pelo não cumprimento da estimativa, mas o principal foi a crise financeira do setor, que teve início em 2007 e se estendeu por mais de uma década, levando cerca de 150 unidades à recuperação judicial e falência.
Mesmo com a redução de investimentos no campo, em decorrência da crise, novas pragas como o Sphenophorus levis, a expansão para novas fronteiras canavieiras, a implementação do corte mecanizado com cana crua e do plantio mecanizado, a produção canavieira no Centro-Sul vinha em uma crescente, que será interrompida na atual safra, 2021/22, a estimativa é que a produção encolha em torno de 100 milhões de toneladas.
Esta é a análise de especialistas na área, baseados no impacto da seca, geadas e incêndios. Projetam que as 605 milhões de toneladas de cana moídas no Centro-Sul no ciclo passado, devem cair para 505 ou 500 milhões de toneladas. Será o menor volume desde a safra 2008/2009.
Fonte: CanaOnline