Setor corre risco do aumento da doença Carvão, que pode reduzir até 60% a produção
Em sua palestra no 10º Congresso Nacional da STAB, realizado de 20 a 22 de setembro, em Ribeirão Preto, SP, o consultor Modesto Barreto salientou que uma das doenças da cana-de-açúcar que pode voltar a assombrar o setor é o Carvão. "Isso porque o setor deixou de fazer viveiro e porque abandonou o roguing (eliminação de plantas doentes) e o tratamento térmico."
O Carvão é causada pelo fungo Sporisorium scitamineum, cujo período seco favorece a disseminação, penetração e a infecção dos esporos pela lavoura. Sob condições de estresse, mesmo variedades resistentes ao fungo podem apresentar sintomas da doença.
Uma vez infectada, a planta pode apresentar um comportamento diferenciado, como limbo foliar estreito e curto, colmos mais finos e, ocasionalmente, superbrotamento da touceira. O fungo modifica, ainda, o meristema apical da cana, liberando o sintoma mais característico da doença: o “chicote”.
Com relação aos prejuízos econômicos causados pela doença, há casos de perdas elevadas de até 60% da produção. Estima-se que cada 1% de touceiras infectadas resulta em 0,89% de redução na produção de cana (TCH). Por se tratar de um fungo com poder de disseminação pelo vento, é importante que se elimine fontes de inóculo, ou seja, substituir variedades suscetíveis que possam estar portando o fungo.
Fonte: CanaOnline