Sphenophorus levis caminha menos de dois metros por mês dentro das áreas. Alta dispersão se dá pelo tráfego de máquinas
Na visão do doutor em entomologia e sócio-diretor da Global Cana, José Francisco Garcia, o Sphenophorus levis já pode ser considerado como a principal praga da cana-de-açúcar
Leonardo Ruiz
Anteriormente restrito apenas aos canaviais paulistas, o Sphenophorus levis já pode ser encontrado nas principais regiões produtoras de cana-de-açúcar do país, como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Estimativas recentes apontam que essa praga pode reduzir a produtividade agrícola das áreas em até 1,6 toneladas por hectare a cada 1% de tocos atacados.
Ciente dos desafios enfrentados pelo setor canavieiro diante da pressão dessa praga, a Syngenta realizou em junho o encontro “Inovamos Junto com Você no Controle do Sphenophorus”, cujo objetivo foi difundir as melhores práticas de manejo. O evento on-line contou a presença de influenciadores renomados e foi transmitido ao vivo pelos canais de YouTube da Syngenta e da CanaOnline.
Na visão do doutor em entomologia e sócio-diretor da Global Cana, José Francisco Garcia, o Sphenophorus levis já pode ser considerado como a principal praga da cana-de-açúcar, em virtude das recentes explosões populacionais e dos danos ocasionados à produtividade da planta. Segundo ele, sua dispersão para cerca de 85% das áreas onde é produzida cana no Brasil se deve, em certa parte, pela negligência de produtores e usinas. “Essa é uma praga que caminha pouco. Em um mês, não chega a dois metros de caminhamento dentro da área. Ou seja, sua rápida dispersão para novos canaviais se deu pelo tráfego de máquinas, em especial por caminhões transportando mudas infectadas para áreas limpas.”
Outro ponto abordado por Garcia durante sua participação no encontro da Syngenta foi em relação a biologia da praga. Ele frisou que pode haver até seis gerações de Sphenophorus levis por ano e não apenas duas, como muitas pessoas acreditam. “Ele completa seu ciclo em, aproximadamente, dois meses. O adulto dura, em média, 200 dias. Dessa forma, sua população vai se remontando ao longo do ano e se distribuindo pelo canavial.”
Para o entomologista, o Sphenophorus está cada vez mais presente no dia a dia das unidades, e os detalhes de manejo é o que farão toda a diferença no controle. “Não é com ferramentas isoladas que vamos conseguir conviver com a praga, mas com um trabalho racional e adoção de novas tecnologias.”
O encontro “Inovamos Junto com Você no Controle do Sphenophorus” debateu as diferentes estratégias de manejo a serem adotadas, como o corte de soqueira e a aplicação de inseticidas em vinhaça localizada. Além disso, o evento foi palco para a apresentação de tecnologias que podem ser empregadas para o controle, como a inovação presente em Engeo Pleno S, solução da Syngenta voltada para o manejo desta e demais pragas da cana-de-açúcar. O evento contou ainda com uma contextualização do mercado atual de açúcar e etanol feita por Caio Carvalho, diretor da Canaplan, que abordou a conjuntura macroeconômica no qual usinas e fornecedores estão se deparando no dia a dia.
Assista ao evento completo clicando nesse link: https://www.youtube.com/watch?v=hFKedJzNGWM
Fonte: Cana Online