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Tecnologia flex pode tornar veículos híbridos ainda mais sustentáveis no Brasil

Tecnologia flex pode tornar veículos híbridos ainda mais sustentáveis no Brasil

Sinônimo de sustentabilidade por conciliar economia de combustível e baixa emissão de poluentes, os automóveis híbridos, que operam combinando o uso de propulsão elétrica com o de um motor à combustão, poderão incrementar ainda mais estes atributos com a adoção da tecnologia flex.

O consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, acredita que o uso direto do etanol em híbridos é a forma mais eficiente de unir as duas fontes de energia mais limpas e renováveis (eletricidade e biocombustível) existentes atualmente no setor de transporte veicular.

“Somos um país pioneiro na fabricação em larga escala de carros flex e consolidamos o etanol como um produto ambientalmente correto e economicamente viável. Associar esta expertise ao conceito híbrido faz todo sentido num momento em que a indústria automotiva busca soluções mais sustentáveis”, ressalta o executivo.

O lançamento do primeiro veículo híbrido flex do mundo ainda é incerto, mas se depender da Fapesp-Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI, na sigla em inglês), um grupo de pesquisadores sediados na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, isso acontecerá no Brasil. Em projeto intitulado “Development of an Hybrid Penta-Fuel Flex Vehicle”, os cientistas da USP, em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia, vêm estudando o desenvolvimento de um protótipo capaz de rodar, inclusive, com outras energias renováveis além do etanol e da eletricidade.

“Estamos tratando com duas montadoras, inicialmente, para poder transformar o veículo. Primeiro, iremos cuidar da função flex, modificando-a para que utilize etanol e gasolina em qualquer proporção”, explica o diretor científico do RCGI, Julio Meneghini. De acordo com o especialista, entre as principais transformações que serão necessárias para adaptar em modelo híbrido à tecnologia flex será o uso de bicos injetores com pré-aquecimento, isso por conta do etanol.

“Outras modificações serão necessárias para que o veículo rode com gás natural ou biometano, mas trata-se de alterações factíveis, comprovadamente viáveis. Acreditamos que o desenvolvimento de tal tecnologia seja importante para que o mercado de carros híbridos se fortaleça no Brasil” acrescenta Meneghini.

Mercados
O mercado nacional comercializa atualmente cinco modelos de carros híbridos, que indiretamente já usam etanol, adicionado em 27% à gasolina comum. São eles: Toyota Prius, Lexus CT200h, Ford Fusion Hybrid, Mitsubishi Outlander PHEV e BMW i8. Estimativas da UNICA indicam que até dezembro de 2016 foram vendidos aproximadamente 3.362 carros com sistema elétrico/ híbrido no País.

Já em relação aos flex, que representam em média 90% dos automóveis leves vendidos, são mais de 200 modelos produzidos por 19 montadoras e 26 milhões de unidades em circulação, o que representa aproximadamente 70% da frota de veículos de passeio. Segundo um estudo recente da Accenture Research, uma das maiores consultorias do mundo, no médio prazo, o carro flex continuará figurando no segmento automotivo brasileiro como a melhor opção de compra para o consumidor.

 

Fonte: Única

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