Usinas moem menos cana, mas produzem mais etanol e açúcar
Marcelo Toledo
As usinas instaladas no centro-sul do país finalizaram a safra 2017/18 com queda na moagem de cana-de-açúcar em relação à safra passada.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (10) pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), entidade que representa os principais grupos sucroenergéticos do centro-sul, principalmente de São Paulo.
De acordo com a Unica, foram processadas 596,31 milhões de toneladas de cana entre abril do ano passado e o último dia 31, o que representa queda de 1,78% em relação às 607,14 milhões de toneladas moídas na safra anterior.
Apesar da redução, a produção de etanol e de açúcar foi superior à da última safra, graças à qualidade da matéria-prima.
O total de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) atingiu 136,6 quilos por tonelada, maior índice desde a safra 2011/12 e que representa alta de 2,68% em comparação com os 133,03 quilos da safra 2016/17.
De acordo com o diretor-técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, o aumento na concentração de açúcares permitiu que a safra atingisse uma oferta total de 81,46 milhões de toneladas, compensando a queda na moagem e superando a oferta de ATR da safra passada em 1,72%.
Etanol
Foram produzidos 26,09 bilhões de litros de etanol, 1,72% mais que os 25,65 bilhões do ano anterior. Desse total, a maior parte foi destinada ao álcool hidratado, utilizado diretamente no abastecimento de veículos, com 15,67 bilhões de litros.
"Mesmo com retração no volume de cana, o setor ampliou a oferta do renovável [etanol hidratado] em mais de 650 milhões de litros", disse o diretor-técnico, via assessoria.
Já o etanol anidro, que é misturado à gasolina, teve produção de 10,42 bilhões de litros.
Também apresentou alta a produção de açúcar, com 1,21% de incremento em relação a 2016/17. Foram produzidas 36,05 milhões de toneladas, ante as 35,62 milhões da safra anterior.
A safra terminou com menos usinas em operação: 78 agora, enquanto no fim de março de 2017 84 estavam moendo cana. No centro-sul, há 278 usinas.
Marcelo Toledo
Fonte: Folha de S. Paulo