Uso simultâneo de adubo e óxido gera benefícios para soqueira de cana
Tecnologia inovadora possibilita melhor aproveitamento de nutrientes, o que favorece o aumento da produtividade e da longevidade do canavial
Renato Anselmi
A utilização de óxido de cálcio e magnésio nas soqueiras de cana-de-açúcar está se tornando uma prática cada vez mais disseminada entre produtores e usinas devido aos benefícios proporcionados por esses nutrientes para o desenvolvimento da planta. Em diversos casos, ocorre a aplicação simultânea de adubo em profundidade, principalmente o nitrogênio, na mesma operação de distribuição de óxido, o que contribui também para o aumento da produtividade e longevidade do canavial.
“O objetivo da aplicação de óxido na soqueira de cana é mais voltado à nutrição com cálcio e magnésio do que à correção do solo”, afirma o engenheiro agrônomo Auro Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas. Segundo ele, existem diversos benefícios proporcionados para a planta pelos dois nutrientes: o cálcio é indispensável para a formação da parede celular e o magnésio é o elemento central da clorofila.
A planta é exigente em magnésio, porque precisa das células dessa substância para fazer fotossíntese – explica. O cálcio e o magnésio favorecem a obtenção de uma planta bem desenvolvida, com boa folhagem e coloração verde marcante por causa da clorofila – ressalta. O óxido melhora também a absorção do fósforo, que fica parcialmente retido no solo após a aplicação de NPK na área de cana.
Para que os nutrientes do óxido sejam absorvidos pela planta, de maneira satisfatória, é necessário utilizar uma tecnologia eficiente de aplicação para que não ocorra desperdício desse insumo. Com essa preocupação, a Engenharia da DMB – após a realização de um trabalho minucioso – desenvolveu um sistema que viabiliza a aplicação do óxido na linha de cana de maneira regular e constante, sem falhas. A empresa incorporou essa tecnologia inovadora ao “Distribuidor de Adubo em Profundidade e Óxido Superficial”, que aplica óxido em superfície e simultaneamente enterra o adubo em três linhas de cana.
Além de criar condições para a utilização de óxido com total fluidez e de maneira homogênea, o equipamento da DMB possibilita a incorporação do adubo, pois o Distribuidor corta a palha e deposita o fertilizante exatamente onde cresce o sistema radicular da cana. “Em decorrência disto, torna-se viável a utilização da ureia, pois não ocorre, neste caso, perda por volatilização”, observa Auro Pardinho. Quando a aplicação de adubo é feita sobre a palha, a fonte nitrogenada precisa ser obrigatoriamente nitrato de amônio, que não tem problemas de degradação por causa das condições climáticas. Mas, esse adubo é mais difícil de ser encontrado e tem preço mais elevado do que a ureia.
Fonte: CanaOnline