Volta das chuvas e operações de preparo do solo estimulam quebra de dormência de banco de sementes das daninhas
Muitos fatores podem interferir no processo germinativo de uma semente dormente, como disponibilidade de água, oxigênio, temperatura e, em alguns casos, luz. Dentre eles, a disponibilidade de água é um dos mais importantes, pois, a partir do momento em que a semente absorve a água, ocorre a reidratação dos tecidos, intensificação da respiração e de todas as outras atividades metabólicas e, consequentemente, a retomada do crescimento.
O pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Carlos Alberto Mathias Azania, explica que, por esse motivo, a eclosão de plantas daninhas se torna mais comum com a volta das chuvas, a partir de setembro no Centro-Sul.
Junto do período chuvoso, o setor começa a retomar suas atividades de renovação dos canaviais, fato este que também estimula a emergência de plantas invasoras. “O ato de revolver o solo durante a fase de preparo acaba quebrando a dormência das sementes, iniciando uma severa competição com a cana por água, luz e nutrientes.”
Foto preparo de solo - Revolver o solo durante a fase de preparo auxilia na quebra da dormência de sementes
Foto: Banco de dados internet
Embora grande parte dos esforços das equipes seja mais intenso em plantas daninhas já estabelecidas, é de extrema importância que atitudes visando minimizar os bancos de sementes no solo também sejam adotadas. Uma das mais eficazes é a aplicações de herbicidas em Pré-Plantio Incorporado (PPI) durante a reforma do canavial, pois o produto entrará em contato com água presente no solo no exato momento em que a semente começa a germinar.
“Dessa forma, as soqueiras posteriores conviverão com menor densidade de plantas daninhas, sendo que uma única aplicação de herbicidas poderá manter a área sem a presença das infestantes, o que garantirá, por consequência, grandes ganhos em longevidade.” Porém, o pesquisador do IAC alerta para o herbicida que será utilizado, que deverá ter como característica físico-química uma menor solubilidade. “Produtos menos solúveis terão sua dinâmica favorecida no solo e na planta daninha durante o período chuvoso, agindo de forma mais eficaz.”
Outras técnicas que reduzem o banco de sementes de plantas daninhas, incluem: pastagem ou produção de forrageiras; utilização de adubos verdes; queima de resíduos da cultura ou de plantas daninhas após a colheita; não utilização de material orgânico provenientes de locais infestados de plantas daninhas; limpeza de equipamentos de preparo e colheita através de bombas de água ou ar comprimido para remover sementes; limpeza de carreadores, beiras de estradas e terraços e rotação com plantas supressoras.
Fonte: CanaOnline